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Indio da Costa discute com Kassab adesão ao PSDEm busca de nome 'novo', Kassab corteja MeirellesDeputada Nice Brandão vai reforçar PSD no MaranhãoO PTB aguarda qualquer tipo de registro público do PSD, até mesmo em cartório, para ingressar com o pedido de impugnação. O corpo jurídico da agremiação argumenta que, ao incorporar o PSD, o PTB adquiriu os deveres e direitos da antiga legenda, ou seja, desde as suas dívidas até o seu nome, história e bandeiras.
O advogado eleitoral Luiz Gustavo Pereira da Cunha, que representa o PTB, lembra que, após a incorporação, o partido teve de assumir pendências da antiga sigla, como dívidas trabalhistas. O advogado fez uma analogia com o mundo empresarial. "Assim como numa empresa, quando um partido incorpora outro, ele adquire seus ativos e passivos". Ele ressaltou ainda que a sigla não foi extinta, mas incorporada a outra legenda, ou seja, ainda existe em um campo abstrato. "É uma grande discussão jurídica, que deve ser analisada pela Justiça Eleitoral".
Contestação
O advogado do prefeito de São Paulo, Alberto Rollo, contestou os argumentos do PTB. De acordo com ele, uma vez que o PSD foi incorporado, a sigla ficou vaga. "O partido deixou de existir", argumentou. O advogado explicou que o PSD de Kassab ainda não existe oficialmente porque ainda precisa ser registrado em cartório de títulos e em seguida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"O PTB vai reivindicar o quê? Vai reivindicar o que não existe?". Os aliados de Kassab ainda colhem as assinaturas necessárias para a recriação da legenda. Até ontem, quando a sigla foi anunciada em São Paulo, estimava-se que aproximadamente 200 estariam interessados em ingressar de imediato no PSD.
A sigla PSD foi usada pela primeira vez em 1945, na criação de uma das principais legendas do período de restabelecimento da democracia no Brasil, após a queda do ex-presidente Getúlio Vargas. O partido teve grande peso na Câmara dos Deputados e elegeu dois presidentes da República: Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961). A agremiação foi extinta em 1965, durante a ditadura militar (1964-1985), e recriada no período da democratização, tendo sido incorporada ao PTB em 2003.