De passagem por Brasília, onde participou de uma reunião com a bancada tucana no Senado para discutir reforma política na tarde desta quarta-feira, o ex-governador de São Paulo José Serra defendeu o voto distrital puro em cidades com mais de 200 mil habitantes e mudanças no sistema que não precisem de reforma constitucional para serem implementadas rapidamente.
Em defesa de sua proposta do voto distrital puro em municípios com mais de 200 mil eleitores, Serra citou o exemplo do Rio de Janeiro, onde "um vereador tem que disputar nesse universo de mais de 4 milhões de eleitores, o que torna a campanha caríssima". Ele entende que "dividir o Rio em distritos fará com que todos os vereadores estejam ligados a questões da cidade".
O melhor desse sistema, a seu ver, é que "se o eleitor de uma determinada região não ficar satisfeito com o vereador que não for bem ou não tiver feito nada pela região, pode não reelegê-lo. "Hoje isto não acontece, porque o vereador vai disputar voto em outra região", argumentou, lembrando que, no Brasil, o distrital puro valeria para cerca de 80 cidades que reúnem quase 40% da população. A seu ver, esta mudança seria "um avanço muito grande que reduziria os custos da campanha e pode ser feita por projeto de lei, sem mexer na Constituição".
"Acho que o voto distrital misto, defendido pelo PSDB, é o mais adequado. Você elege um deputado tanto no distrito e também na lista estadual. É um sistema que funciona em outros países; não se trata de reinventar a pólvora. Ficaria mais barato e melhora a representatividade do sistema eleitoral com maior vinculação entre o eleito e o eleitor", acrescentou.