Surpreendida na noite de ontem com a saída do ex-deputado Indio da Costa (RJ), a nova Comissão Executiva Nacional do DEM se reúne nesta quinta-feira, em Brasília, para neutralizar eventual efeito dominó nas fileiras do partido no Rio de Janeiro, um dos centros de gravidade da legenda.
A missão é estancar novas baixas, materializadas após o movimento liderado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, com a criação do PSD (Partido Social Democrático). Na contabilidade do partido, o DEM deverá perder pelo menos 7 de seus 43 deputados federais, mas existe a avaliação de que, à exceção de Kassab, os quadros perdidos não faziam parte da linha de frente da legenda.
A caminho do partido de Kassab, o candidato a vice na chapa presidencial de José Serra (PSDB) é o nome do PSD para disputar a prefeitura do Rio, em 2012. “Saio do DEM para continuar na política. Defenderei, onde estiver, as mesmas ideias, valores e princípios que defendi em 2010”, escreveu Indio no Twitter, à noite.
À tarde, após encontrar Kassab, Indio havia dito que sua situação no DEM estava complicada, principalmente pela decisão do ex-prefeito Cesar Maia de assumir pessoalmente o comando do diretório municipal do partido. “Essa atitude dificulta a convivência”, desabafou o ex-deputado, após almoço com o prefeito paulistano.
Indio classificou a decisão de Maia como “catastrófica”. “Se tem um partido que se diz democrata, a primeira coisa que se tem de fazer é praticar a democracia partidária.” No Rio, a tendência é que Cesar Maia defenda a candidatura de seu filho, deputado Rodrigo Maia, à prefeitura.