Pelo país não faltam exemplos de candidatos punidos pelas urnas independentemente da decisão do STF. É o caso de Expedito Júnior (PSDB), que concorria ao governo de Rondônia e iniciou a disputa liderando as intenções de votos. Na melhor fase da corrida, chegou a aparecer vencendo no primeiro turno. No fim, terminou em terceiro.
No Distrito Federal, a candidata ao Senado Maria de Lourdes Abadia (PSDB), acusada de comprar votos em 2006, passou a campanha política dizendo que sua candidatura não estava barrada e que era vítima de boatos em torno da Lei Ficha Limpa. Os apelos não surtiram resultado e ela conseguiu menos de 20% dos votos.
O candidato a senador pelo Espirito Santo José Carlos Gratz (PSL) também não teve votos suficientes para interferir na disputa ao Senado. Depois de ser impugnado por ter sido cassado sob acusação de abuso de poder político na campanha de 2002 e de ter ficado inelegível por oito anos, não passou de 8% das intenções de votos. Em Goiás, Adib Elias (PMDB) também não levaria uma das vagas de senador, mesmo que já tivesse se livrado das proibições da Ficha Limpa.
Espera Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) que serão afetados pela decisão do STF porque tiveram candidatos com votos anulados pela Lei Ficha Limpa ainda não têm relatórios concluídos sobre as alterações nos coeficientes eleitorais. Esses valores definirão as possíveis alterações nas bancadas federais e estaduais.
Frustração
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que a decisão do STF foi “frustrante”, mas deve ser cumprida. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou que não há motivos para lamentar a decisão. Na avaliação do petista, o importante para a sociedade é que a Ficha Limpa é uma norma consolidada para as próximas eleições.