Os vereadores de João Monlevade, Região Central de Minas, trocaram a discussão política pela religiosa. Tudo porque o presidente da Câmara Municipal, Pastor Carlinhos (PV), decidiu retirar do plenário da Casa um crucifixo sob o argumento de que a Constituição Federal classifica o Brasil como um estado laico (sem religião). Quem é contrário argumenta que o parlamentar retirou o tradicional símbolo religioso porque pertence a uma igreja evangélica, desrespeitando a maioria da população, que segue a religião católica. Uma manifestação em frente à sede do Legislativo está marcada para o próximo dia 6.
Enquanto isso, o clima está quente na cidade localizada a 108 quilômetros de Belo Horizonte. O assunto já virou motivo de bate-boca no plenário. Católico praticante, o vereador Robertinho do CVO (PMN) chegou a exigir do presidente o retorno do símbolo religioso. E sugeriu uma consulta popular sobre a permanência ou não do crucifixo no plenário. Ouviu do presidente a resposta que ele deveria consultar a Constituição para saber a justificativa de sua decisão.
Em 23 de fevereiro, católicos protestaram na Câmara, durante reunião ordinária do plenário, obrigando a interrupção das votações por 10 minutos. Uma semana depois, uma representante da Paróquia São Luiz Maria de Monfort aproveitou o intervalo da reunião ordinária para encostar um crucifixo no rosto do presidente da Casa. O objetivo, segundo ela, era sensibilizar o parlamentar para que retorne com a imagem de Cristo crucificado.
Padres locais entraram na briga e bem que tentaram convencer Pastor Carlinhos a voltar com o crucifixo durante um encontro há algumas semanas, mas não tiveram sucesso. “Consideramos essa atitude dele (vereador) como autoritária. Ele passou por cima dos partidos, dos vereadores, da Câmara e até dos membros da própria igreja dele. Ele não ouviu ninguém. A Constituição Federal diz que o Estado não pode ter ligação com religião, e não que não pode ter um símbolo religioso em órgão público”, reclama o padre Carlos Jorge Teixeira.
Juras
Pastor Carlinhos rebate e jura de pés juntos que a sua atitude não significa nenhuma retaliação aos católicos. “Não tenho nada contra igreja nenhuma, só fiz obedecer a lei”, argumenta o vereador, que nega ter prometido aos padres rever seu ato. “Expliquei que a emenda seria pior que o soneto”, completa. Para que o polêmico crucifixo volte para a Câmara, só tem uma alternativa: se o juiz da cidade mandar, e mesmo assim por meio de sentença em um processo judicial. Pelo menos por enquanto, os padres locais não pretendem recorrer ao Judiciário. Então, contam com o apelo popular.
Uma carta assinada por sete párocos da região está sendo distribuída em João Monlevade. No documento, classificam a atitude do presidente da Câmara como “arbitrária” e reclamam que a democracia “não combina com o uso abusivo do poder”. Segundo o texto, o caso seria um exemplo claro de “intolerância religiosa” e um “desrespeito aos símbolos religiosos tão significativos” para a fé do povo. “Sim, o Estado é laico mas não é antirreligioso! Não é confessional, mas também não é intolerante”, segue a carta.
Enquanto isso, o clima está quente na cidade localizada a 108 quilômetros de Belo Horizonte. O assunto já virou motivo de bate-boca no plenário. Católico praticante, o vereador Robertinho do CVO (PMN) chegou a exigir do presidente o retorno do símbolo religioso. E sugeriu uma consulta popular sobre a permanência ou não do crucifixo no plenário. Ouviu do presidente a resposta que ele deveria consultar a Constituição para saber a justificativa de sua decisão.
Em 23 de fevereiro, católicos protestaram na Câmara, durante reunião ordinária do plenário, obrigando a interrupção das votações por 10 minutos. Uma semana depois, uma representante da Paróquia São Luiz Maria de Monfort aproveitou o intervalo da reunião ordinária para encostar um crucifixo no rosto do presidente da Casa. O objetivo, segundo ela, era sensibilizar o parlamentar para que retorne com a imagem de Cristo crucificado.
Padres locais entraram na briga e bem que tentaram convencer Pastor Carlinhos a voltar com o crucifixo durante um encontro há algumas semanas, mas não tiveram sucesso. “Consideramos essa atitude dele (vereador) como autoritária. Ele passou por cima dos partidos, dos vereadores, da Câmara e até dos membros da própria igreja dele. Ele não ouviu ninguém. A Constituição Federal diz que o Estado não pode ter ligação com religião, e não que não pode ter um símbolo religioso em órgão público”, reclama o padre Carlos Jorge Teixeira.
Juras
Pastor Carlinhos rebate e jura de pés juntos que a sua atitude não significa nenhuma retaliação aos católicos. “Não tenho nada contra igreja nenhuma, só fiz obedecer a lei”, argumenta o vereador, que nega ter prometido aos padres rever seu ato. “Expliquei que a emenda seria pior que o soneto”, completa. Para que o polêmico crucifixo volte para a Câmara, só tem uma alternativa: se o juiz da cidade mandar, e mesmo assim por meio de sentença em um processo judicial. Pelo menos por enquanto, os padres locais não pretendem recorrer ao Judiciário. Então, contam com o apelo popular.
Uma carta assinada por sete párocos da região está sendo distribuída em João Monlevade. No documento, classificam a atitude do presidente da Câmara como “arbitrária” e reclamam que a democracia “não combina com o uso abusivo do poder”. Segundo o texto, o caso seria um exemplo claro de “intolerância religiosa” e um “desrespeito aos símbolos religiosos tão significativos” para a fé do povo. “Sim, o Estado é laico mas não é antirreligioso! Não é confessional, mas também não é intolerante”, segue a carta.