Jornal Estado de Minas

Em BH, Dilma elogia Anastasia e convoca prefeitos para combater a miséria

Isabella Souto Ezequiel Fagundes

No lançamento do Rede Cegonha, Dilma afirmou que Minas será "parceira de primeira hora e de altíssimo nível com o governo federal e os municípios" - Foto: Beto Magalhaes/EM
A presidente Dilma Rousseff (PT) convocou nesta segunda-feira prefeitos e governadores – da base aliada ou oposição – a colaborar para o fim da miséria e desenvolvimento do país. Em visita a Belo Horizonte para o lançamento do programa Rede Cegonha, a petista reuniu no palanque o governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB), a quem classificou de "parceiro", deputados de várias legendas governistas e da oposição, entre eles, o presidente e vice-presidente do PSDB estadual, deputados federais Marcus Pestana e Domingos Sávio.

"Posso não acabar com a miséria em quatro anos, mas esse compromisso vai ficar selado nas nossas consciências porque deve ser um esforço de estados e municípios", afirmou a presidente."Conto com prefeitos e governadores para que transformemos esse país em um país rico e sem pobreza", completou Dilma Roussef.

Em seu discurso, o governador Antonio Anastasia garantiu que Minas Gerais será "parceira de primeira hora e de altíssimo nível com o governo federal e os municípios". Secretários de estado também participaram do evento, entre eles o democrata Carlos Melles, que teceu elogios ao tratamento dado pelo governo federal a Minas Gerais.

O programa Rede Cegonha atenderá gestantes desde a descoberta da gravidez até o parto e atenderá as crianças até os dois anos de idade. Coordenado pelo Ministério da Saúde, será implementado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em parceira com estados e municípios. Serão aplicados no programa R$ 9,3 bilhões até 2014 para a construção ou reforma de hospitais, tecnologia, cobertura de exames e pagamento de pessoal. Será feito um mapeamento das 44 mil unidades básicas de saúde (UBEs) para verificar os investimentos necessários.


Belo Horizonte

Em passagem relâmpago pela capital, a presidente Dilma Rousseff (PT) permaneceu três horas na cidade. Com 40 minutos de atraso, o Boeing presidencial pousou às 10h40 na pista do Aeroporto da Pampulha. Usando um terninho azul marinho e camisa bege, Dilma foi recepcionada no hangar da Força Aérea Brasileira (FAB) pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) e pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ela não concedeu entrevista para a imprensa.

Demonstrando bom humor, ela cumprimentou com um aceno de mão os cerca de 10 militantes do Partido dos Trabalhadores que se deslocaram até o local empunhando bandeiras da legenda.

Minutos depois, a presidente seguiu rumo ao Palácio das Artes. Apelidado de capsula, a comitiva de carros especiais do governo usou o corredor central da Linha Verde, reservado especialmente para a frota ônibus e táxi, para driblar o trânsito e chegar mais rápido.

Acompanhada do governador Anastasia, Dilma fez o trajeto – de cerca de 20Km ida e volta – a bordo de um veículo VIP, um Ford Fusion com blindagem exclusiva, capaz de suportar rajadas de fuzil AR-15 e até granadas. Cerca de 12 homens, do Exército, Polícia Federal e Fuzileiros Navais participaram da operação de segurança, além do comboio da Polícia Militar e do Gate.

Na saída do hangar, a petista quebrou a protocolo a primeira vez. Sentada ao lado de Anastasia, ela abriu os vidros de trás do carro para cumprimentar simpatizantes. Até o Palácio das Artes o trajeto durou cerca de 10 minutos. Durante a cerimônia, a presidente voltou a quebrar o protocolo em pelo menos mais três oportunidades.

Convocada a pegar recados escritos pelos integrantes da platéia, a presidente não se furtou em nenhuma das oportunidades. Em certo momento, a petista foi até a beira do palanque para pegar o bilhete escrito por uma senhora. Com a caneta emprestada por Anastasia, Dilma deu vários autógrafos.

Três horas depois, por volta das 13h40, a petista decolou para Brasília. Anastasia e Lacerda foram até o aeroporto para se despedir da presidente, em sua primeira viagem oficial à Belo Horizonte, depois de ter vencido à eleição de 2010.