Leia Mais
Bancadas de sete partidos apoiam mudança no Código FlorestalAldo Rebelo deve ceder a ruralistas no Código FlorestalBancada ruralista busca apoio antes do Código FlorestalCientistas reagem à flexibilização do Código FlorestalSenadora Kátia Abreu diz que novo Código Florestal não incentivará desmatamentoCaravanas se mobilizam pela aprovação do Código FlorestalRuralistas cobram a aprovação da reforma do Código Florestal PSDB voltará a discutir projeto do novo Código FlorestalO deputado disse que já está decidido a retirar do texto a proposta de que haja moratória de 5 anos para novos desmatamentos. A ideia é não fixar prazo, mas a exploração de novas áreas continuará sendo permitida somente depois do aval dos órgãos responsáveis. Segundo Rebelo, a moratória pouco atinge, por exemplo, São Paulo e Rio Grande do Sul, que já têm suas regiões agropecuárias consolidadas, mas pode gerar problemas para Estados como Piauí, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. "Estou decidido a retirar (a moratória)", disse Rebelo, ao participar de evento nesta manhã na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em Brasília. O deputado disse que, em relação a esse ponto, não há objeção do MMA.
Rebelo disse também que avançam as negociações para reduzir a extensão da Área de Preservação Permanente (APP), que é a faixa de terra à beira dos rios, em 50% do que estava até agora previsto. A faixa mínima, de 15 metros para rios que tenham até 5 metros de extensão, cairia para 7,5 metros. Em relação a esse ponto, Rebelo admite que não há concordância do MMA. Mas ele defende que essa retração seria necessária para proteger principalmente os pequenos produtores, que têm poucas terras.
Outra questão que o relator pretende resolver envolve a área de proteção em volta das nascentes. Segundo ele, para cada nascente é estabelecido um raio que "engessa" quase um hectare. "Quando o terreno é propício a nascentes, há muitas nascentes, como na zona da mata, onde há cinco a seis nascentes em um hectare, ao contrário da caatinga", argumentou. Na prática, isso significaria que uma propriedade com muitas nascentes ficaria produtivamente inviabilizada, argumentou. Para esse problema, Rebelo ainda não tem uma solução e vai buscar com o MMA equacionar a questão. "O certo é que não podemos transformar isso em um fator de expulsão", disse.
Mais uma novidade que Rebelo pretende estabelecer é que o produtor rural possa obter a certificação de reserva legal pela internet, fazendo uma declaração de boa-fé dos dados de sua propriedade. "Isso tem de ser declaratório. O órgão ambiental diz depois se aceita ou não", afirmou.
O deputado disse também estar decidido a defender o cultivo em áreas historicamente ocupadas por ribeirinhos, em referência a trechos de rios cultivados durante a época de seca na Amazônia. Segundo Rebelo, há populações que dependem dessa estratégia para praticar a agricultura de subsistência e que, assim, respeitam a floresta. Da mesma forma, ele vai defender o cultivo em áreas de topos de morro onde historicamente há produção agropecuária. "Vi em Guaxupé (MG), morros com inclinação de mais de 45 graus cultivados com café", argumentou.