Depois de três derrotas seguidas para o PT nas eleições presidenciais, o PSDB quer adotar uma estratégia mais agressiva de comunicação e tentar firmar "marcas" da atuação do partido, principalmente na área social. A estratégia e a necessidade de unificar o discurso estão sendo discutidas nesta manhã de sábado pelos oito governadores do PSDB, que participam de reunião em um hotel de Belo Horizonte.
Segundo o presidente do partido, deputado federal Sérgio Guerra, o PSDB precisa encontrar meios de se firmar como oposição e mandar seu recado de forma mais clara ao eleitor. "O objetivo nosso é que experiências bem sucedidas administrativas, especialmente no campo social, produzidas pelos governos do PSDB, se transformem em marcas do partido e marcas dos governos do PSDB", afirmou na chegada do evento, no Hotel Ouro Minas.
A abertura do encontro foi feita, no início da manhã, pelo presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra e pelo governador Antonio Anastasia. Além de Anbastasia, estão presente os governadores Anchieta Júnior (Roraima), Beto Richa (Paraná), Geraldo Alckmin (São Paulo), Marconi Perillo (Goiás), Simão Jatene (Pará), Siqueira Campos (Tocatins) e Teotônio Vilela Filho (Alagoas). Também participam o presidente do partido em Minas Gerais, deputado federal Marcus Pestana e o líder da bancada na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira.
''Um glorioso cinco''
Guerra fez um discurso de ''morde a assopra'' em relação à presidente Dilma, alternando críticas e elogios à administração petista. Quando questionado sobre qual nota Dilma recebe na presidência, Guerra afirmou que ela deveria ganhar um ''glorioso 5''. Ao comentar a avaliação positiva da gestão de Dilma nos cem primeiros dias de governo, o presidente do PSDB disse ser cedo para pré-julgar. Apontou, no entanto, acertos na postura da petista em relação à relação do Brasil com o Irã.Ao chegar ao governo, Dilma repreendeu o desrespeito aos direitos humanos praticado no país.
Guerra também elogiou a postura discreta que Dilma adotou deste que chegou à presidência. ''Ela foi eleita agora, numa luta dura, e mantém uma atitude discreta, o que é bom para a democracia. A gente sempre reclamou do excesso de palavras do Lula, que desequilibrava o jogo democrático. Ela fica na dela e dá opinião quando tem que falar''.
Ao mesmo tempo, o tucano criticou a falta de diálogo com o Congresso durante a fixação do salário mínimo.''No contingente do Congresso tudo o que se deu foi um rolo compressor, negociação zero'', disse Guerra. Ele também falou que a oposição aguarda medidas do governo em relação ao aumento da inflação. ''Os preços estão subindo, economia não vai bem. A presidente esta andando, conversando e falando. A gente quer quer que ela comece a agir'', disparou.