Jornal Estado de Minas

Políticos fazem ranking de popularidade de ministros da base governista

Denise Rothenburg Josie Jerônimo

Enquanto a pesquisa CNI/Ibope mede a popularidade do governo como um todo, os políticos fazem o ranking dos ministros tomando por base a popularidade de cada um dentro da base governista e do Planalto. Em 100 dias, os mais próximos ao palácio já conseguiram identificar quem está pela bola sete – em débito com os resultados desejados pela presidente – e aqueles que estão bem.

O primeiro grupo é composto basicamente por ministros que a presidente Dilma Rousseff herdou do governo Lula. E o mais ilustre desse time é o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele foi um dos primeiros ministros confirmados no cargo. Foi, inclusive, escalado por Lula para acompanhar Dilma na viagem à Coreia do Sul, onde, ainda antes da posse, ela se encontrou com o ex-presidente para participar da reunião do G-20.

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Na viagem, Dilma convidou Mantega para permanecer no cargo. Mas, atualmente, com a inflação perto do teto da meta de 6,5%, a presidente passou a se reunir com outros economistas e não ficar apenas nas avaliações de seu ministro. Não raro, ela conversa com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Luciano Coutinho, com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, e com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa — que esteve cotado para o lugar de ministro da Fazenda e até mesmo para presidente do BC.

Mantega não é o único a estar com as ações em baixa no governo. No setor de Minas e Energia, área onde estreou no cenário nacional como ministra, Dilma é quem dá as cartas. Até no PMDB existe quem se refira ao ministro Edison Lobão como “rainha da Inglaterra”. Não por acaso, os cargos de segundo escalão do setor estão sendo aos poucos retirados das mãos de apadrinhados do ministro e de seu partido, caso da presidência da Eletrobras.

Outro peemedebista que a presidente não tem uma relação muito próxima é o ministro do Turismo, Pedro Novais. Esvaziada e sem recursos, a pasta é considerada afastada do governo, e o ministro não tem, no Planalto, o mesmo trânsito que tinha o antecessor, Luiz Barreto, do PT.

SEM HEGEMONIA


Ao mesmo tempo em que perde prestígio nas áreas em que comanda, o PMDB ganha em outras, deixando a sensação de desprestígio para outros. Ao colocar Henrique Meirelles no papel de Autoridade Pública Olímpica, a presidente Dilma tirou do PCdoB de Orlando Silva a hegemonia no setor de esportes. E, desde que surgiram as denúncias envolvendo o programa Segundo Tempo, o meio político tenta desvalorizar as ações do ministro, outro que Dilma manteve a pedido do PCdoB. A ideia inicial da presidente era nomear para esse cargo um mulher. Chegou a ser anunciado, inclusive, o nome da ex-prefeita de Olinda Luciana Santos, que terminou fora do governo.

Na educação, onde Lula pediu que Dilma mantivesse Fernando Haddad, não há críticas técnicas, mas, na política, o PT paulista encabeçado pelo grupo de Marta Suplicy tem dito que a atuação é mais voltada para as universidades do que para os ensinos fundamental e médio. Haddad tem a vantagem de ter empreendido mais velocidade no ensino técnico. Para completar, o mesmo PT que tenta puxar o tapete do ministro teme que Dilma termine entregando o cargo ao deputado Gabriel Chalita (PSB-SP).