O deputado federal Geraldo Tadheu, do PPS, já avisou aos companheiros de legenda que está de saída rumo ao PSD. Ele está esperando a formalização do novo partido na Justiça Eleitoral, que deve acontecer na semana que vem. ''A grande maioria dos partidos são muito centralizadores, então as decisões de eleição, tanto municipal, quanto estadual e federal, geralmente são mais da cúpula. Os parlamentares nunca foram valorizados'', reclama o deputado. Ele prevê que, a médio prazo, outros colegas com a mesma insatisfação devem mudar para a legenda.
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Apesar de se sentirem insatisfeitos com suas legendas, outros parlamentares ainda estão arredios em relação à mudança e, por causa disso, o PSD já teve duas baixas em Minas antes mesmo de ser criado. O deputado Fabinho Ramalho (PV-MG) estava considerando a migração, mas recuou depois de conversas com o governador Aécio Neves (PSDB) e Antonio Anastasia (PSDB).
Ele diz que foi convencido a esperar o resultado das discussões sobre a reforma política, que irão dar uma definição sobre as regras de fidelidade partidária para as próximas eleições. Se for aberta uma janela de transferência, como é desejo de alguns parlamentares no Congresso, ele poderá cogitar a mudança para outras legendas. Segundo o parlamentar, existe também uma desconfiança com a presença do engenheiro civil Paulo Safady Simão na condução do partido em Minas. Simão é presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) desde 2003, mas os parlamentares gostariam que um político ficasse responsável pelas costuras partidárias. ''Quem tem que cuidar de política é parlamentar'', avalia o deputado.
O deputado Walter Tosta (PMN-MG) também desistiu da ida para o PSD. Ele confirmou que teve conversas e que foi convidado para integrar a sigla mas, por meio de nota enviada por sua assessoria, disse que irá permanecer no PMN, sem apresentar justificativas. Para o Fábio Cherem, a adesão à nova sigla será lenta no início porque cada partido está tentando segurar seus filiados. ''Há um esforço para que essa legenda não alcance sucesso, mas é tudo legitimo, faz parte do jogo. Acredito que isso possa retardar um pouco o crescimento do partido no estado'', afirma Cherem.
Adesão
Nesta quarta-feira, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) irá oficializar no Senado o anúncio de mudança para o PSD. A senadora confirmou seu desligamento do DEM nesta terça, afirmando que tem tido desentendimentos com as lideranças do partido. Durante a votação do valor do salário mínimo, em fevereiro, a senadora já havia demonstrado o descontentamento com seu partido ao votar a favor da proposta do governo, de R$ 545. Na época, o DEM defendia o valor de R$ 560. Ela argumentou que o valor proposto por sua legenda estouraria as contas públicas e que votaria a favor do equilíbrio de contas.
Além dela, também já oficializaram a participação na nova legenda o ex-deputado federal Indio da Costa (RJ), candidato derrotado à vice-presidência em 2010, e o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif.