Manifestantes ligados a entidades estudantis, ao movimento negro e a movimentos de defesa dos homossexuais fizeram um protesto nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados contra as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) que, em entrevista na televisão, classificou de "promiscuidade" a possibilidade de um filho seu se relacionar com uma mulher negra e fez ataques a homossexuais. Bolsonaro afirmou não ter entendido a pergunta relativa aos negros, mas reafirmou as ofensas a homossexuais. Com cartazes pedindo a punição do parlamentar e outros colocando um bigode no estilo de Adolf Hitler em uma foto de Bolsonaro, os manifestantes pediram que a Câmara abra um processo disciplinar no Conselho de Ética para cassar o deputado. O protesto se concentrou na Comissão de Direitos Humanos, onde a ministra da área, Maria do Rosário, compareceu.
Ela fez críticas indiretas ao deputado. Ela destacou também que não se pode permitir o uso da homofobia para encobrir racismo porque este segundo já está previsto na lei como crime. "Aqueles que agem de forma racista, quando são flagrados, sentem-se livres para manifestações de homofobia. Se mantivermos essa lógica, não teremos um Brasil digno". Ela afirmou que a Câmara faz parte de um esforço para afirmar "um Brasil sem homofobia, sem discriminação, sem racismo". Bolsonaro chegou a passar na porta da sala da Comissão. Por decisão da equipe de segurança da Casa, ele estava acompanhado de três policiais legislativos e não chegou a entrar para a reunião da Comissão de Direitos Humanos, da qual participa como suplente. Os movimentos de afrodescendentes também fizeram críticas ao deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) que afirmou no Twitter que os africanos são "amaldiçoados". O deputado diz que a citação é bíblica e teológica.