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Estado de Minas

Aécio faz pronunciamento de cinco horas e é saudado como candidato


postado em 06/04/2011 20:36 / atualizado em 07/04/2011 09:48

(foto: Credito Geraldo Magela/Agencia Senado)
(foto: Credito Geraldo Magela/Agencia Senado)


O discurso inaugural de Aécio Neves (PSDB-MG) no Senado, nesta quarta-feira, gerou uma repercussão de quase cinco horas entre os companheiros de Casa, o que provocou o cancelamento da pauta que estava prevista para esta noite. Depois de apartes de mais de vinte senadores, que se alternaram entre críticas e elogios, o mineiro encerrou o pronunciamento por volta de 20h30, convocando os parlamentares a contribuir na construção de uma agenda legislativa independente do poder executivo.

Em vários apartes da oposição, Aécio foi saudado como candidato virtual à presidência da República em 2014, chegando a receber o apoio inclusive de senadores da base governista, como Clésio Andrade (PR-MG). ''Começa por aqui uma alternativa que se cria naquilo que será o futuro do país. O país deverá ter presidente que são grandes gestores, como você, o Blairo [Maggi, ex-governador do Mato Grosso], igual a presidente Dilma'', afirmou Clésio, que foi vice-governador de Minas Gerais durante o primeiro mandato de Aécio em Minas Gerais (2002-2006), mas hoje em dia integra a base aliada de Dilma Rousseff. Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que Aécio fez um "discurso de estadista" e que a bancada governista já admite a possibilidade de ele ser candidato à Presidência da República.

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Já o candidato derrotado à presidência em 2010, José Serra (PSDB), foi a Brasília para prestigiar o companheiro de partido, mas desconversou sobre articulações para 2014. ''É tudo muito cedo. Como disse o Alckmin [governador de São Paulo] , existem dois tipos de ansiosos: os políticos e jornalistas'', afirmou.

Governistas

Enquanto os senadores da oposição foram só elogios ao discurso de Aécio, os senadores do PT chegaram ao Plenário armados para rebater as críticas que foram feitas ao governo. Vários deles elogiaram a iniciativa de Aécio, que consideraram benéfica para a democracia, mas concentraram o aparte nos feitos do governo Lula e no desempenho de Dilma. O líder do PT, Humberto Costa, chegou a comentar que Aécio é o melhor quadro da oposição no país. No entanto, ele classificou o discurso de ''injusto'' e fez comparações entre o que chamou de "Brasil do passado" e "Brasil do presente".

Nas comparações, o senador disse que o Brasil tinha milhões de desempregados e hoje é o país dos 15 milhões de empregos gerados com carteira assinada. Humberto Costa também comparou a relação dívida pública/PIB durante as crises de 1998 e de 2008, de 50,4% e 37%, respectivamente, e disse que o Brasil, hoje, é reconhecido internacionalmente.

Gleisi Hoffmann (PT) qualificou como "elegante" o discurso de Aécio Neves e elogiou a iniciativa de reconhecer as realizações de governos anteriores. Ela disse não ter problemas em reconhecer avanços do governo de Fernando Henrique Cardoso, como a continuidade do Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas afirmou que "nem tudo são flores" e que algumas questões, como a das privatizações, não foram contempladas no discurso.

''Foi uma transferência do patrimônio público para o patrimônio privado financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento [Econômico e] Social. Também não se colocou a forma escandalosa como nós tivemos a aprovação da reeleição no Congresso Nacional, mudando as regras no jogo no momento em que o jogo estava se dando'', ponderou.

*Com Agências


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