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Foi numa situação judicial difícil que Durval aceitou a delação premiada. Em setembro de 2009, ele prestou depoimento ao Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc) do MPDFT e passou a denunciar vários políticos. Por conhecerem os processos profundamente, Eduardo Gazzinelli foi designado com o coordenador do Ncoc, Sérgio Bruno Fernandes, para atuar na Operação Caixa de Pandora, ao lado da subprocuradora-geral da República Raquel Dodge. Todas as ações na esfera cível ficaram a cargo do MPDFT. Por iniciativa do Ncoc, os bens dos ex-distritais Leonardo Prudente, Júnior Brunelli, Eurides Brito e Rogério Ulysses, além dos atuais deputados Rôney Nemer e Aylton Gomes estão bloqueados.
Por decisão judicial, em ação promovida pelos promotores do Ncoc, o patrimônio do próprio Durval está indisponível. O juiz da 2ª Vara de Fazenda Pública do DF, Álvaro Ciarlini, também bloqueou os bens do ex-governador José Roberto Arruda, da deputada Jaqueline Roriz e do marido dela, Manoel Neto. As denúncias de Durval comprometeram ainda o ex-chefe do MPDFT Leonardo Bandarra e a promotora Deborah Guerner, que respondem a três ações penais no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Bandarra sustenta ser vítima de uma vingança conduzida por Durval contra a instituição. (AMC)
Balanço da delação premiada:
Ações judiciais:
» 23 ações penais movidas pela 3ª Promotoria de Defesa do MPDFT no Tribunal de Justiça do DF;
» 35 pessoas acusadas na Justiça de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e dispensa ilegal de licitação;
» 4 ações cautelares que contestavam a participação de distritais em processos na Câmara Legislativa sobre a Caixa de Pandora;
» 3 ações penais contra integrantes do MPDFT movidas pela Procuradoria Regional da República no Tribunal Regional Federal da 1ª Região;
» 10 ações de improbidade e nove cautelares de indisponibilidade de bens contra distritais ajuizadas pelo Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc) do MPDFT;
» 2 ações penais no STJ movidas pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, além de Inquérito nº 650 em curso que engloba investigação ampla.
Sequestro de bens do esquema de corrupção liderado por Durval Barbosa:
» 1 empreendimento imobiliário com 200 apartamentos e 80 lojas em Águas Claras;
» 1 helicóptero;
» 1 avião;
» 1 lancha;
» Vários terrenos;
» R$ 4 milhões em espécie;
» R$ 43 milhões em contas bloqueadas.