(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas NOS MOLDES DA FICHA LIMPA

Reforma política pode ter iniciativa popular

Movimento que recolheu 1,6 milhão de assinaturas para criar lei que veta candidatura de condenados quer agora fazer projeto semelhante com propostas feitas pelos eleitores


postado em 11/04/2011 06:57 / atualizado em 11/04/2011 14:24

Pacotes com 1,6 milhão de assinaturas da Ficha Limpa, entregues na Câmara em 2009 (foto: Rodolfo Stuckert/Agência Câmara - 29/9/09)
Pacotes com 1,6 milhão de assinaturas da Ficha Limpa, entregues na Câmara em 2009 (foto: Rodolfo Stuckert/Agência Câmara - 29/9/09)
A reforma política pela iniciativa popular é o novo desafio do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), entidade que idealizou o projeto da Lei Ficha Limpa. Enquanto deputados e senadores não conseguem entrar em acordo para elaborar um texto com as mudanças necessárias na legislação política e eleitoral, o MCCE abriu um espaço na internet com a intenção de popularizar a discussão do tema e consolidar um projeto para tramitar no Congresso Nacional ainda este ano. No site www.reformapolitica.org.br os eleitores podem enviar sugestões no link “Sua opinião” ou pelo e-mail iniciativapopular@reformapolitica.org.br. A redação será fechada neste mês e em maio as organizações sociais já começam a recolher as assinaturas. A expectativa é de conseguir uma mobilização social maior que a da Lei Ficha Limpa, que teve o apoio de 1,6 milhão de brasileiros. Ainda na página virtual, o internauta tem acesso à “Proposta de iniciativa popular para a Reforma”. No link, está o texto com alguns pontos já discutidos e defendidos pelo movimento. Eles foram divididos em quatro tópicos: fortalecimento da democracia direta, democratização e fortalecimento dos partidos políticos, mudanças do sistema eleitoral e controle social do processo eleitoral. Entre os pontos mais polêmicos, está a adoção da lista fechada, na qual o eleitor vota no partido e não no candidato. Acompanhe as notícias no Twitter da política do Em.com O presidente do MCCE, juiz Marlon Reis, explica que a proposta determina a aplicação de uma lista pré-ordenada. Ela seria composta metade por mulheres e a outra metade por homens. Além disso, quem iria decidir os representantes dos partidos seriam os filiados por meio de votação direta e secreta, fiscalizada pela Justiça Eleitoral. “Isso fortaleceria as legendas, as ideias partidárias. Além disso, evitaria o caciquismo político”, acrescenta. Marlon Reis destaca ainda que o MCCE é contra o voto distrital, “qualquer formato dele”, que, segundo ele, acaba com os partidos e fomenta o clientelismo. “Precisamos no Brasil de ideias coletivas, da inclusão social, a inclusão dos índios e das mulheres no meio político. A função do parlamento é representar toda a sociedade”, defende. Encontrar apoio contra o voto distrital, entretanto, parece ser uma batalha difícil. Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo DataSenado revelou que 83% dos eleitores das capitais brasileiras querem votar diretamente no candidato a deputado ou vereador e defende que seja eleito o mais votado, em uma parte do estado ou município – sistema conhecido como distrital puro. “ Vamos debater e mostrar os pontos positivos das nossas propostas”, pondera o presidente do MCCE. Vetos Dentro do projeto da reforma, o movimento vai propor também aumentar a participação da sociedade nas decisões políticas. A ideia é simplificar o processo de iniciativa popular, modernizando a coleta de assinaturas. Além de formulários impressos, elas poderiam ser recolhidas em urnas eletrônicas e pela internet. Atualmente, para que um cidadão comum apresente sua sugestão de lei diretamente ao Congresso, o texto precisa estar amparado pela assinatura de 1% do eleitorado brasileiro, o que corresponde a cerca de 1,3 milhão de pessoas, originárias de pelo menos cinco estados. Os documentos precisam ser apresentados ao Legislativo em papel, junto com o número do título de eleitor e do endereço do apoiador da proposta. Outra ideia para ampliar a participação na política prevê a convocação obrigatória de plebiscito e referendos para alguns temas nacionais, como aumento do salário e benefício dos parlamentares, ministros de Estado, presidente da República e dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Pela proposta, seria criado ainda um novo instrumento de democracia direta: o veto popular. Ele seria usado quando a população discordasse de uma lei aprovada pelo Parlamento. Ele iria seguir o mesmo rito da coleta de assinaturas da iniciativa popular. “Atingido o numero de assinaturas, a lei que for objeto de veto popular deverá, automaticamente, ser submetida a referendo popular”, explica o texto da plataforma dos movimentos sociais para a reforma política.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)