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Estado de Minas

Em 30 anos, somente três prefeitos dividem o poder em Juiz de Fora

Apenas Tarcísio Delgado, Custódio Mattos e Alberto Bejani comandaram Juiz de Fora, o terceiro colégio eleitoral de Minas. E eles podem disputar novamente em 2012


11/04/2011 07:04 - atualizado 11/04/2011 10:00

Terceiro colégio eleitoral de Minas com 378 mil eleitores, Juiz de Fora, na Zona da Mata, tem uma característica peculiar em sua política. Quando sair o resultado da próxima eleição, serão 30 anos com o revezamento de apenas três prefeitos no poder. Da eleição de 1982 até janeiro de 2013, Tarcísio Delgado, do PMDB, (1983-1988/1997-2000/2001-2004), Alberto Bejani, ex-PTB, (1989-1992/2005-julho 2008), e Custódio Mattos, do PSDB (1993-1996/2009-2012), foram os únicos a tomar posse no cargo. E, a levar pela articulação dos principais diretórios dos partidos da cidade, esse quadro corre o risco de ser mantido: os três políticos estão entre os seis possíveis pré-candidatos a prefeito no ano que vem.

Apesar de já ter cumprido três mandatos, sendo o primeiro de cinco anos diretos e os dois últimos consecutivos, o peemedebista Tarcísio Delgado ainda não decidiu o que vai fazer. O político veterano tem dois planos. O primeiro: lançar a candidatura do filho, o deputado federal Júlio Delgado (PSB). O segundo, menos provável, porém, não totalmente descartado: entrar na disputa pelo quarto mandato. Ligado ao Palácio da Liberdade, a candidatura de Júlio seria uma espécie de plano B caso Custódio não concorra.

Tido como candidato quase certo à reeleição, o tucano corre contra o tempo para viabilizar sua primeira candidatura à reeleição, desta vez, mirando o terceiro mandato. Aos mais próximos, ele tem confidenciado que será a última disputa pela prefeitura, pois já estaria querendo dependurar as chuteiras para cuidar mais de perto da carreira política do filho, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB). Rodrigo, aliás, está com um pé na Assembleia Legislativa, já que o deputado Mauri Torres (PSDB) deve ser indicado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Como Rodrigo é primeiro suplente da coligação tucana, ele ficaria com a vaga de Mauri.

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Entre os seis possíveis pré-candidatos, Bejani tem, de longe, o caso mais complicado. Além da enxurrada de denúncias de corrupção que enfrenta na Justiça, o ex-prefeito está sem partido. Filmado há três anos embolsando propina, ele só perdeu espaço no PTB mineiro na quinta-feira, quando enfim o presidente da legenda, deputado estadual Dilzon Melo, decidiu convidá-lo a sair. “Não tem mais vaga nem de porteiro quanto mais para sair candidato a prefeito”, ironizou Dilzon, em entrevista.

Em julho de 2008, Bejani renunciou ao cargo de prefeito, por meio de carta, quando ainda estava preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Ele cumpriu pena temporária com outros acusados de fazer parte da organização criminosa descoberta pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Pasárgada, que quebrou esquema de desvio de mais de R$ 200 milhões do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Como não ficou inelegível, Bejani cogita voltar. Para isso, já teria iniciado conversas com as direções do PR e PV.

Para o cientista político Rubens Barboza Filho, da Universidade Federal de Juiz Fora (UFJF), as velhas lideranças da cidade ainda têm algum cacife político para conseguir influenciar na campanha de prefeito do ano que vem. Em alguns casos, em maior proporção, e em outros, em menor potencial, segundo explica o especialista.

“Todos eles ainda terão um papel importante na disputa. A dificuldade de renovar as candidaturas é um problema da cidade que, ao mesmo tempo, é um retrato da sua vida política. Vem eleição e passa eleição e pouquíssima novidade aparece como protagonista. Temos espaço para essas novas lideranças, até porque em um futuro próximo a mudança de geração será algo inevitável”, explica.

Poucos nomes alternativos

Na tentativa de quebrar esse tabu, devem entrar no páreo a professora Margarida Salomão (PT), o servidor público Wadson Ribeiro (PCdoB) e o deputado estadual Bruno Siqueira (PMDB). Em 2008, Margarida bateu na trave. Em disputa acirrada com Custódio, a petista quase venceu no primeiro turno, mas acabou perdendo fôlego na reta final e, consequentemente, a disputa no segundo turno. O maior obstáculo da pré-candidata é o seu própriopartido, onde não tem bom trânsito. Mesmo sendo primeira suplente de deputado federal, com 66 mil votos conquistados somente em Juiz de Fora, a petista praticamente não ganhou visibilidade.

Nomeado mais uma vez para o segundo escalão do Ministério do Esporte, Wadson Ribeiro já teve a candidatura aprovada pela direção comunista de Juiz de Fora. Em 2010, ele concorreu ao cargo de deputado federal e não venceu a disputa.

Entre os peemedebistas, se a opção for mesmo pelo voo solo, o deputado Bruno Siqueira, filho do ex-deputado Marcelo Siqueira, será o escolhido. Como é ligado ao grupo político do senador Itamar Franco (PPS), uma eventual disputa entre Bruno e Custódio pode rachar a base política do Palácio da Liberdade. Apesar de ser do PMDB, Bruno tem mantido postura de distanciamento do movimento de oposição feito pelo bloco Minas sem censura (PT, PMDB, PCdoB e PRB) na Assembleia Legislativa.


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