Jornal Estado de Minas

Depois de chacina, governo antecipa campanha do desarmamento

Luisa Brasil

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta segunda-feira que o governo federal irá antecipar uma campanha nacional de desarmamento, que estava prevista para acontecer em julho. Em entrevista concedida em Brasília, o ministro afirmou que, por causa da chacina que deixou doze mortos em uma escola do Realengo, no Rio de Janeiro, a campanha será antecipada para o dia seis de maio. A data marca o período de um mês depois da tragédia. Segundo o ministro, será criado um conselho para definir as ações da campanha, formado pelo governo, entidades da sociedade civil, e organizações como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Conselho Nacional do Ministério Público e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Na tarde desta segunda, Cardozo esteve reunido com representes do Instituto Sou da Paz e da Organização Não-Governamental Viva Rio. Ele afirmou que a campanha deverá durar até dezembro.

 

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Segundo o ministro, na última campanha do desarmamento, entre dezembro de 2008 e dezembro de 2009, foram recolhidas mais de 40 mil armas. Ele afirmou que, incialmente, o governo dispõe de R$ 10 milhões para pagar as indenizações a quem se desfizer de seus armamentos, mas o valor poderá ser alterado e não representa o total a ser gasto na campanha.

Cardozo afirmou que ainda não se sabe qual será o valor das indenizações pela entrega das armas nem a forma de pagamento. Ele informou que o governo irá se reunir com o Banco do Brasil para viabilizar uma forma rápida de pafamento. " Nosso objetivo é viabilizar o pagamento rápido, um mecanismo sério e seguro", afirmou. Na última campanha, o valor das indenizações variou entre R$ 100 e R$ 300.