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"A cúpula marcará a entrada da África do Sul no grupo, o que ampliará a representatividade geográfica do mecanismo no momentos em que se busca, no plano internacional, a reforma do sistema financeiro e, de modo geral, maior democratização da liderança global", indicou o Ministério das Relações Exteriores brasileiro em um comunicado.
Esta cúpula pode permitir à China, segunda maior economia do mundo, impor-se como líder dos emergentes e como contrapeso à influência dos países industrializados, consideram os analistas.
O banco de negócios Goldman Sachs inventou em 2001 a sigla BRIC, em referência ao crescente peso das quatro economias emergentes. A China convidou a África do Sul a se juntar ao grupo no final do ano passado.
Os cinco países, que contam hoje em dia com mais de 40% da população mundial, representarão 61% do crescimento do planeta em 2014, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Entre 2003 e 2010, o crescimento dos países BRICS representou cerca de 40% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, segundo dados divulgados pela Chancelaria brasileira.
No mesmo período, o comércio entre Brasil e os outros BRICS aumentou 575%, passando de 10,71 bilhões de dólares em 2003 para 72,23 bilhões em 2010. O comércio total entre os BRICS passou de 38 bilhões de dólares em 2003 para 143 bilhões em 2009 e uma estimativa de 220 bilhões em 2010, segundo as mesmas fontes.
"Os fatores essenciais nos quais os BRICS serão capazes de atuar é na melhoria da visibilidade e no aumento da influência das potências emergentes", afirmou à AFP o especialista Andrew Kenningham, economista da Capital Economics.
A chegada da África do Sul aos BRICS é, sobretudo, simbólica no plano político, porque a maior economia africana representa apenas a décima sexta parte da economia chinesa, ressaltou Kenningham.
Em relação à agenda, o ministro adjunto chinês das Relações Exteriores, indicou à imprensa que a situação da Líbia "seria um dos grandes temas de debate dos BRICS".
A África do Sul foi o único país dos BRICS a aprovar a resolução da ONU autorizando "todas as medidas necessárias" para proteger os civis na Líbia e que abriu caminho para os ataques efetuados por uma coalizão ocidental.
Para Shi Yinhong, professor de Relações Internacionais da Universidade Renmin, a cúpula de Hainan terá que dar lugar a um consenso sobre esta questão.
"Podem pedir um cessar-fogo, uma solução pacífica e fazer um apelo à comunidade internacional e às Nações Unidas para que adotem medidas humanitárias", disse.
Os países BRICS aproveitarão também sua cúpula para conversar sobre sua contribuição para a reforma do sistema monetário internacional, explicou Wu.
As questões que suscitam problemas, como a cotação do iuane ou a reforma do Conselho de Segurança da ONU, não devem ser abordadas, ou serão apenas nos bastidores.
O Brasil queixa-se da fraca cotação do iuane, que provoca desequilíbrios no plano comercial.
Brasil e Índia querem se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, pretensão apoiada por Rússia, mas não pela China.
A segunda cúpula dos BRICS (com quatro membros), realizada no Brasil no ano passado, terminou concluída com um apelo à criação de uma ordem mundial "mais justa". A primeira tinha sido realizada em Ekaterimburgo (Rússia) em 2009.
A China não deu muitas indicações sobre o desenvolvimento desta terceira cúpula que, depois de ter sido anunciada a princípio para dois dias, parece se limitar por fim a apenas um dia na quinta-feira.
Fontes brasileiras indicaram que os dirigentes se reunirão pela manhã para elaborar uma declaração conjunta antes de se dedicarem a reuniões bilaterais à tarde.