Jornal Estado de Minas

Operação Convite Certo

Deputado Dilzon Melo diz que dinheiro é dele

Juliana Cipriani
O primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Dilzon Melo (PTB), negou qualquer envolvimento com o esquema desbaratado nessa quarta pela Polícia Federal na Operação Convite Certo e defendeu a apuração do ocorrido. O parlamentar, que teve o gabinete vasculhado pelos policiais e dois funcionários que trabalhavam para ele presos – o motorista Eugênio de Figueiredo Miranda e o auxiliar Marco Antônio Reis –, afirmou que os contratados eram de confiança, mas nunca soube de qualquer atuação irregular dos mesmos. Dilzon disse que os R$ 70 mil encontrados no cofre eram dele.
“Muitos me consideram um homem rico, apesar de não ser, sou de amizade e de saúde. Não ia me misturar e descer a detalhes de coisas que não são do meu feitio”, afirmou. Dilzon afirmou que Eugênio trabalhava com ele há mais de 10 anos, mas era motorista do gabinete e não dele. Já o auxiliar, segundo o deputado, é ex-funcionário de sua campanha e trabalhava em Varginha. “Preciso de alguém para resolver meus problemas lá. Ele é meu quebra-galho.” Os dois, segundo Dilzon, eram de confiança. “Tenho mais de 23 funcionários, estagiários. A gente não tem como controlar todos eles. Vamos esperar a apuração dos fatos”, disse.

O parlamentar afirmou que nunca teve interesse ou trabalhou com intermediação para escritórios. Os funcionários envolvidos na operação, segundo ele, continuam lotados no gabinete até a apuração final da polícia. Caso sejam culpados, Dilzon diz que eles serão demitidos e terão punição exemplar. Sobre o envolvimento do seu nome, o deputado atribui ao fato de ser um homem público. “Estamos sujeitos a isso, pagamos pelo nosso nome e o prestígio. Se tiver alguma coisa, usaram meu nome, falaram que são assessores do deputado. Então quero a apuração”, disse.

De acordo com o parlamentar, os R$ 70 mil encontrados pela PF ficavam em um cofre particular ao qual os funcionários não tinham acesso. “Sou um empresário que tenho alguns bens, algumas fazendas, haras e construção – estou construindo um prédio em Boa Esperança de mais de 12 andares. Então, é da minha movimentação diária. Se me perguntar quanto tinha lá nem eu sei porque tenho pagamentos diários que faço”, afirmou. Ainda segundo o parlamentar, a verba seria também para atender demandas sociais da Assembleia, de pessoas vindas do interior. Quanto às cidades envolvidas na operação, Dilzon diz que apenas duas são governadas por prefeitos aliados dele.