A Polícia Federal (PF) descobriu que o lobista-assessor Marco Antonio Reis, funcionário de confiança do gabinete do deputado estadual Dilzon Melo (PTB), primeiro secretário da Assembleia Legislativa de Minas, tinha tempo de sobra para angariar novos clientes para a organização criminosa chefiada pelo advogado Fabrício Alves Quirino, proprietário da Valor Consultoria. Marcão, como é mais conhecido no interior do estado, é funcionário fantasma da Assembleia. De acordo com as investigações da PF, Marcão, que recebe salário de pouco mais de R$ 2 mil mensais, mora em Varginha, no Sul de Minas, a 298 quilômetros de Belo Horizonte, onde Dilzon obteve 8.418 votos, 12,04% dos votos válidos na eleição de 2010.
A Valor Consultoria é alvo principal da Operação Convite Certo, que teve a primeira fase desencadeada anteontem com a descoberta do golpe de licitações públicas montadas para a contratação superfaturada de escritórios de assessoria jurídica por nove prefeituras.
Marcão e o motorista de Dilzon, Eugênio de Figueiredo Miranda, o Geninho, estão cumprindo prisão temporária de cinco dias, podendo ser renovada pelo mesmo período, na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. A dupla, segundo a PF, agia como lobista do escritório Valor Consultoria, dentro da Assembleia Legislativa, em busca de novas prefeituras clientes para o esquema. De acordo com as investigações, as cidades de Alfenas, Boa Esperança, Campanha, Campos Gerais, Coqueiral, Carmo do Paranaíba, Dores do Indaiá, Nepomuceno e Três Pontas fecharam contrato superfaturado a partir de licitações públicas forjadas com os escritórios Valor e da Indaiá Consultoria.
Anteontem pela manhã, a PF confiscou documentos e R$ 70 mil, em dinheiro vivo, depois de realizar devassa de mais de cinco horas no gabinete do deputado. Em entrevista coletiva concedida à tarde, Dilzon se defendeu das acusações. Admitiu que Marcão não bate ponto na Casa porque é seu “ex-colaborador de campanha” e “quebra-galho” em Varginha, onde o parlamentar informou não ter sequer um escritório político. Sobre o dinheiro, encontrado em um cofre, o deputado falou que é seu e que costuma movimentar grandes quantias em espécie porque é um homem com vários negócios.
Segundo as investigações, cada contrato fechado com as prefeituras rendia lucro de R$ 80 mil mensais para o grupo. Chefe do esquema, Quirino se aproximou dos dois assessores da ALMG em busca de tráfico de influência. Depois desse contato, coube a Marcão e Geninho cumprir a função de intermediários no primeiro contato com as prefeituras do interior.
Na segunda fase da Operação Convite Certo, as investigações terão como alvo os prefeitos das nove cidades citadas no inquérito parcial. Com o auxílio de grampos telefônicos autorizados pela Justiça, os federais já encontraram o fio da meada da propina suposta paga aos prefeitos. Há indícios fortes de que os prefeitos de Coqueiral (Sul), Rossano de Oliveira, e de Dores do Indaiá (Centro-Oeste), Joaquim Ferreira da Cruz (PSDB), tenham recebido propina da quadrilha.
O esquema foi desbaratado anteontem pela PF. Além dos dois assessores e de Fabrício Quirino, outras cinco pessoas foram presas acusadas de vários crimes do colarinho branco, entre eles, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e peculato.
Entenda o caso
A Polícia Federal (PF) deflagrou na quarta-feira a Operação Convite Certo e desmantelou uma quadrilha especializada em fraudar licitações públicas. Segundo a PF, o esquema criminoso visava à contratação de escritórios de advocacia para a prestação de consultoria jurídica a prefeituras, por meio de licitações fraudadas, cujas modalidades principais e mais utilizadas eram a carta convite e o pregão presencial. Para a PF, as licitações eram direcionadas e os agentes públicos receberiam propina. Foram presas oito pessoas, entre elas dois funcionários do gabinete do deputado estadual Dilzon Melo (PTB) e Fabrício Alves Quirino, que seria o líder do esquema. Quirino é dono da empresa Valor Consultoria, que atua junto a prefeituras mineiras para o recolhimento de ISSQN bancário devido pelas instituições financeiras. Os policiais federais também apreenderam R$ 154 mil em espécie – R$ 84 mil no apartamento de Fabrício Quirino e R$ 70 mil no gabinete do parlamentar. As prefeituras investigadas no esquema são as de Alfenas, Boa Esperança, Campanha, Campos Gerais, Coqueiral, Carmo do Paranaíba, Dores do Indaiá, Nepomuceno e Três Pontas.
A Valor Consultoria é alvo principal da Operação Convite Certo, que teve a primeira fase desencadeada anteontem com a descoberta do golpe de licitações públicas montadas para a contratação superfaturada de escritórios de assessoria jurídica por nove prefeituras.
Marcão e o motorista de Dilzon, Eugênio de Figueiredo Miranda, o Geninho, estão cumprindo prisão temporária de cinco dias, podendo ser renovada pelo mesmo período, na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. A dupla, segundo a PF, agia como lobista do escritório Valor Consultoria, dentro da Assembleia Legislativa, em busca de novas prefeituras clientes para o esquema. De acordo com as investigações, as cidades de Alfenas, Boa Esperança, Campanha, Campos Gerais, Coqueiral, Carmo do Paranaíba, Dores do Indaiá, Nepomuceno e Três Pontas fecharam contrato superfaturado a partir de licitações públicas forjadas com os escritórios Valor e da Indaiá Consultoria.
Anteontem pela manhã, a PF confiscou documentos e R$ 70 mil, em dinheiro vivo, depois de realizar devassa de mais de cinco horas no gabinete do deputado. Em entrevista coletiva concedida à tarde, Dilzon se defendeu das acusações. Admitiu que Marcão não bate ponto na Casa porque é seu “ex-colaborador de campanha” e “quebra-galho” em Varginha, onde o parlamentar informou não ter sequer um escritório político. Sobre o dinheiro, encontrado em um cofre, o deputado falou que é seu e que costuma movimentar grandes quantias em espécie porque é um homem com vários negócios.
Segundo as investigações, cada contrato fechado com as prefeituras rendia lucro de R$ 80 mil mensais para o grupo. Chefe do esquema, Quirino se aproximou dos dois assessores da ALMG em busca de tráfico de influência. Depois desse contato, coube a Marcão e Geninho cumprir a função de intermediários no primeiro contato com as prefeituras do interior.
Na segunda fase da Operação Convite Certo, as investigações terão como alvo os prefeitos das nove cidades citadas no inquérito parcial. Com o auxílio de grampos telefônicos autorizados pela Justiça, os federais já encontraram o fio da meada da propina suposta paga aos prefeitos. Há indícios fortes de que os prefeitos de Coqueiral (Sul), Rossano de Oliveira, e de Dores do Indaiá (Centro-Oeste), Joaquim Ferreira da Cruz (PSDB), tenham recebido propina da quadrilha.
O esquema foi desbaratado anteontem pela PF. Além dos dois assessores e de Fabrício Quirino, outras cinco pessoas foram presas acusadas de vários crimes do colarinho branco, entre eles, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e peculato.
Entenda o caso
A Polícia Federal (PF) deflagrou na quarta-feira a Operação Convite Certo e desmantelou uma quadrilha especializada em fraudar licitações públicas. Segundo a PF, o esquema criminoso visava à contratação de escritórios de advocacia para a prestação de consultoria jurídica a prefeituras, por meio de licitações fraudadas, cujas modalidades principais e mais utilizadas eram a carta convite e o pregão presencial. Para a PF, as licitações eram direcionadas e os agentes públicos receberiam propina. Foram presas oito pessoas, entre elas dois funcionários do gabinete do deputado estadual Dilzon Melo (PTB) e Fabrício Alves Quirino, que seria o líder do esquema. Quirino é dono da empresa Valor Consultoria, que atua junto a prefeituras mineiras para o recolhimento de ISSQN bancário devido pelas instituições financeiras. Os policiais federais também apreenderam R$ 154 mil em espécie – R$ 84 mil no apartamento de Fabrício Quirino e R$ 70 mil no gabinete do parlamentar. As prefeituras investigadas no esquema são as de Alfenas, Boa Esperança, Campanha, Campos Gerais, Coqueiral, Carmo do Paranaíba, Dores do Indaiá, Nepomuceno e Três Pontas.