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Marco Maia defende diálogo antes de referendo sobre desarmamento Parlamentares reagem a plebiscito sobre desarmamentoDepois de chacina, governo antecipa campanha do desarmamentoEscola de Realengo reabre nesta segunda com oficinas de arteCorpo do atirador de Realengo ainda está no IMLDeputados correm para votar reajuste salarial da segurança públicaMinistério da Justiça propõe na Câmara pacto de segurança pública à oposição“Somos atropelados pelos fatos. Estávamos discutindo a valorização da carreira dos policiais como tema principal, mas voltamos a debater a questão da segurança nas escolas e o desarmamento, que apontaram de repente na pauta. A área da segurança pública tem muitas pendências e por isso temos que traçar um mapa detalhado dos problemas e discutir medidas eficazes para cada situação”, explica o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.
Há seis anos, os parlamentares deram grande atenção ao tráfico de armas e uma comissão parlamentar de investigação (CPI) foi formada para apurar e apontar novas medidas para combater esse tipo de crime. No relatório final da comissão, concluído em novembro de 2006, foram apresentadas ações consideradas urgentes para o incremento da atuação policial e intensificação da fiscalização na entrada de armas e munições. “A segurança da população é considerada irrelevante diante da maior representatividade dos interesses privados”, alarmou a conclusão do relatório.
No total, foram criados 18 projetos para implantar medidas de controle ao tráfico de armas, mas nenhum deles foi aprovado até o fim do ano passado e, com a mudança de legislatura sem serem levados ao plenário, as matérias foram arquivadas. Agora, elas esperam pela aprovação do pedido de desarquivamento, solicitado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), para voltar a tramitar nas comissões da Casa.
Divergências
O retorno das discussões sobre o desarmamento e a proposta do presidente do Senado, José Sarney, para que seja realizado um novo plebiscito sobre o tema, contrariaram parlamentares da Comissão de Segurança, que veem na retomada do assunto um empecilho para que outros projetos sejam finalizados. “O que ocorreu em Realengo foi uma tragédia imensa, porém temos que analisar com calma, pois foi a primeira vez que houve algo desse tipo no país e a causa foi a insanidade mental. Não sabemos se existe alguma medida que pudesse ter evitado o crime. Voltar a falar em plebiscito é um atraso que não levará a nada, uma vez que a sociedade já votou sobre o assunto. Seria um gasto muito alto sem motivo”, afirma o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, deputado Mendonça Prado (DEM-SE). “Precisamos é aumentar o efetivo da Polícia Federal para o combate às armas ilegais.”
A violência nas escolas não é um tema novo nas casas legislativas. Em maio de 2009, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou três projetos discutindo o aumento da violência entre alunos e professores, o reforço dos conselhos escolares no ensino público e o desenvolvimento da “cultura da paz” como princípio educativo. Somente o último foi aprovado no Senado e remetido à Câmara, onde ainda tramita. Os outros dois aguardam a análise dos senadores.