Jornal Estado de Minas

Uberlândia e Uberaba começam a articular nomes para disputa de prefeituras

Bertha Maakaroun - enviada especial
Em Uberaba e em Uberlândia, cidades do Triângulo Mineiro que concentram 634 mil eleitores e comandam orçamentos que alcançam quase R$ 2 bilhões, os prefeitos já foram reeleitos, portanto, vão deixar o cargo, mas ainda não anunciaram quem apoiarão no próximo pleito. Nas duas cidades, PMDB e PT enfrentam, no governo ou na oposição, o PSDB e o DEM.
Em Uberaba, o PMDB, o PT e o PCdoB governam e, na oposição, além de tucanos e democratas, enfrentam os socialistas. Já em Uberlândia, o PP – que está na base do governo Dilma – administra a segunda cidade do estado, ao lado do PSDB e do DEM e com o apoio do PDT, do PTB e do PSB. Estão na oposição os petistas e os peemedebistas. Com bancadas de seis deputados estaduais e sete federais – e com petistas e peemedebistas anunciando candidatura própria –, a expectativa é que nas duas cidades não faltarão nomes para disputar a corrida municipal. Todos concorrerão contra todos no primeiro turno, e, no segundo, os partidos voltarão a se reagrupar, repetindo a lógica da configuração política nacional.

Em Uberlândia, sobra candidato


Só na Assembleia Legislativa, há quatro potenciais candidatos à prefeitura de Uberlândia. A começar pelo líder do governo, Luiz Humberto Carneiro (PSDB), que está no campo político do prefeito Odelmo Leão (PP). Também está na disputa o aliado do prefeito e quarto mais votado da cidade para deputado estadual Tenente Lúcio (PDT). O majoritário Elismar Prado (PT) é uma das possibilidades do PT para concorrer à vaga em 2012. Sua irmã, a deputada estadual Liza Prado, terceira mais votada, acalenta o mesmo projeto. Mas pelo PSB.

Na esfera federal, o deputado mais votado na cidade, Gilmar Machado (PT), é hoje o nome mais provável a se viabilizar numa composição interna de sua legenda, a partir da articulação com Elismar e com o seu irmão, Weliton Prado (PT), deputado federal com a segunda maior votação no município. Os três garantem que querem construir a unidade no PT.

Na bancada federal mineira há outro provável aspirante: João Bittar (DEM), o terceiro mais votado na cidade para deputado federal, aliado de primeira hora do prefeito Odelmo. Bittar ficou na suplência da coligação PSDB, DEM, PP, PPS e PR, mas assumiu porque três deputados federais foram nomeados secretários no governo de Antonio Anastasia (PSDB). Ainda entre aliados de Odelmo sobram outros possíveis candidatos, entre os quais sua mulher, Ana Paula, que é secretária de Governo.

Mas Odelmo Leão (PP) não abre o jogo. “Sigo o ensinamento de Tancredo Neves. Pode haver um bom nome, mas precisa ser anunciado na hora própria”, diz, assinalando que está ouvindo sua base de sustentação, o governador Anastasia e os deputados que apoiam seu mandato para tomar uma decisão.

Aliado do PT na oposição, o PMDB de Uberlândia vive um momento difícil. Tem quatro grupos e quatro nomes. Mas nenhum suficientemente articulado para ser considerado um candidato forte. Há os aliados do ex-deputado federal e ex-prefeito Zaire Rezende. Tem o grupo do ex-senador Wellington Salgado, que, além de não ter sido eleito, teve apenas 2.998 votos em Uberlândia. Há a turma do ex-deputado estadual Leonídio Bouças, que, depois de ter conquistado notoriedade nacional por derrubar a validade da Lei Ficha Limpa junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) passou à condição de segundo suplente da bancada estadual do PMDB. Por fim, o quarto nome elencado por peemedebistas é o do vereador Célio Moreira.

O enfrentamento entre situação e oposição se traduz em obras. ‘Quem faz mais’ será o inevitável mote da campanha eleitoral do ano que vem. Principal interlocutor de Uberlândia junto ao governo federal, Gilmar Machado carregou R$ 1 bilhão em investimentos sobretudo para a malha viária, em projetos estruturantes. Saiu das urnas no ano passado com uma votação marcante, 109.491 votos, só na cidade.

Por seu turno, Odelmo Leão aposta na parceria com o governo do estado para salientar a construção do hospital municipal, segundo ele o mais completo do país, que representou um investimento de R$ 42 milhões da administração estadual e uma contrapartida de R$ 30 milhões da prefeitura. “Quando assumi o governo, em 2005, o orçamento era de R$ 490 milhões. Hoje ultrapassa R$ 1,3 bilhão. Isso demonstra que o apoio do governo do estado é fundamental para quem dirige a cidade”, acrescenta Odelmo.