Cinco vereadores do PSDB de São Paulo anunciaram nessa segunda-feira a saída do partido. Dois ainda estão em dúvida se tomarão o mesmo caminho. Numa movimentação que fortaleceu o prefeito Gilberto Kassab e agravou a crise dentro do grupo político liderado na capital paulista pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), os tucanos deixaram de ter a maior bancada na Câmara Municipal pela primeira vez desde 2001.
“O PSDB tem hoje um projeto de poder que foge dos princípios que nortearam a fundação do partido”, argumentou o presidente da Câmara, José Police Neto. Aos 37 anos e filiado ao PSDB desde os 15, Police Neto deve aderir nos próximos dias ao PSD, o novo partido criado por Kassab. A sigla também deve ser o caminho de pelo menos outros três ex-tucanos com cargos na administração municipal - Juscelino Gadelha, Ricardo Teixeira e Dalton Silvano adiantaram ao prefeito, durante o fim de semana, que devem se filiar à nova sigla.
Apontado como um dos pivôs da crise com a bancada, o Secretário Estadual da Gestão Pública, Julio Semeghini, divulgou nota na qual acusa os vereadores de usarem “desculpas pessoais” para deixar o PSDB. “Fica claro, agora, não ser apenas coincidência que o anúncio coletivo de debandada aconteça simultaneamente à criação de um novo partido. É uma pena”, informou. Reitera, porém, que está mantido o acordo de ceder a secretaria-geral do partido ao grupo de vereadores. Procurado, José Aníbal afirmou que não comentaria a saída.
Serra em 2012
Com a debandada de vereadores tucanos e o consequente aumento na musculatura política do partido fundado por Kassab, lideranças do PSDB já dizem que José Serra precisa ser o candidato a prefeito na eleição de 2012. “Os vereadores são importantes e decisivos cabos eleitorais numa eleição para a Prefeitura. Se não for o Serra, vamos assistir de camarote, de novo, a um segundo turno entre o PT e o candidato do Kassab”, admitiu ontem um secretário alckmista.