O advogado de defesa do casal Guerner, Pedro Paulo Guerra de Medeiros, deve aguardar pelo menos até o início da próxima semana para escolher a melhor estratégia que vai usar a fim de tentar libertar a promotora Deborah Guerner e o marido dela, Jorge Guerner. Medeiros cogitou a possibilidade de entrar com um novo pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), mas descartou a opção depois de visitar os clientes na Superintendência da Polícia Federal no fim da tarde de ontem.
Isso porque, como o processo ainda não foi digitalizado, corre o risco de não ser distribuído na segunda-feira para um dos ministros da 5ª ou da 6ª Turmas do STJ, responsáveis por analisar processos criminais. Além disso, precisam ser anexadas aos autos as informações solicitadas pela Corte à desembargadora do Tribunal Regional Federal (TRF) Mônica Sifuentes, que expediu mandado de prisão contra o casal, e o parecer do Ministério Público Federal. Somente após o relator — ainda a ser definido — analisar o caso, o colegiado do STJ apreciará o mérito da causa.
“Abalados”
Após visitar os clientes, na tarde de ontem, o advogado relatou que Deborah e Jorge Guerner estão muito abalados com a situação. Medeiros revelou que um médico esteve no local para avaliar as condições de saúde da promotora e do marido dela. Segundo o advogado, os dois passam bem. “Não pretendo pedir à Justiça que eles sejam transferidos do complexo (da PF) porque, até agora, eu não tenho qualquer reclamação a fazer sobre o tratamento que recebem na Polícia Federal”, comentou.
Deborah e Jorge Guerner foram presos na manhã de terça-feira última na residência do casal, localizada na QI 23 do Lago Sul. Eles foram levados em carros diferentes e descaracterizados, sem algemas, para a Superintendência da PF, no Setor Policial Sul, onde são mantidos presos. Como fez durante a análise do processo contra ela e o ex-procurador de Justiça do DF Leonardo Bandarra no Conselho Nacional do Ministério Público, no último dia 6, Deborah soltou gritos ao perceber que estava cercada por jornalistas.