A disputa pela sucessão de Gilberto Kassab se intensificou desde que o prefeito anunciou a troca de partido — saiu do DEM para fundar o PSD — no fim de março. Desde então, o PT conseguiu reunir um recorde de sete pré-candidatos ao posto, o PCdoB confirmou o nome do vereador Netinho de Paula e o PPS deu sinais de que pretende lançar a ex-vereadora Soninha Francine. Antes aliado de Kassab, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, cogita apoiar o secretário de Energia, José Aníbal, ou o do Meio Ambiente, Bruno Covas.
O partido ainda enfrenta uma grave crise interna em São Paulo: na semana passada, seis dos 13 vereadores tucanos anunciaram a saída da legenda. Já o DEM, ou o que sobrou dele em São Paulo, tem na manga o deputado federal Rodrigo Garcia, que só não foi com Kassab para o PSD porque recebeu a promessa de que teria caminho livre para se candidatar à prefeitura.
A batalha ganhou contornos mais definidos, com PMDB e PT em barcos separados, depois da possibilidade de os peemedebistas terem Chalita filiado ao partido até o fim do próximo mês. Educador e escritor, o deputado federal é um nômade partidário. Em 2008, elegeu-se vereador em São Paulo pelo PSDB. Dois anos depois, conseguiu uma vaga como deputado federal pelo PSB. Agora, poderá tentar chegar à prefeitura por outra legenda. “Convidamos o Chalita para ser o candidato do PMDB a prefeito de São Paulo. A conversa pode ser concluída em maio, quando ele poderá se transferir para o PMDB”, disse Temer ontem durante um fórum empresarial em Comandatuba (BA).
Tentativa frustrada
Desde a morte do ex-governador Orestes Quércia, em dezembro do ano passado, o PMDB paulista debruçou-se sobre a tarefa de atrair novos nomes. O primeiro que se tentou foi Kassab. A ideia era que ele criaria o PSD para em 2013 fundir o partido com o PMDB. Como a movimentação do atual prefeito hoje tende para uma fusão com o PSB, Chalita acabou se transformando em prioridade para os peemedebistas. Caso confirme a mudança de partido, ele poderá ter seu mandato reivindicado na Justiça pelo PSB.
Chalita precisará esperar a solução das disputas internas de tucanos e petistas para ver com maior clareza o quadro eleitoral. Entre os petistas, são pré-candidatos os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Fernando Haddad (Educação) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto e os senadores Marta Suplicy e Eduardo Suplicy. Entre os tucanos, existe ainda a aposta de que Serra aceite voltar à prefeitura, o que poderia favorecer uma aliança entre o PSD e o DEM. “Não faz sentido antecipar essa decisão para agora, ainda nem respiramos das eleições de 2010. São Paulo uma cidade exigente, a maior do país, e ainda estamos trabalhando na reorganização do partido”, afirma o secretário Aníbal.