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Estado de Minas

Lula volta ao sindicalismo no 1º de maio

Aliados enxergam a festa do Primeiro de Maio, no domingo, como o retorno do ex-presidente ao movimento trabalhista. Ele deve também participar da eleição sindical e ir às portas de fábricas


postado em 26/04/2011 06:00 / atualizado em 26/04/2011 07:35

Lula participou da missa em homenagem ao trabalhador em 1º de maio de 2006. Agora, voltará à ativa (foto: Ricardo Stuckert/PR - 1/5/06 )
Lula participou da missa em homenagem ao trabalhador em 1º de maio de 2006. Agora, voltará à ativa (foto: Ricardo Stuckert/PR - 1/5/06 )
Brasília – De volta à ribalta da política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem sendo requisitado para uma avalanche de eventos e de temas. As centrais sindicais apostam na festa de 1º de maio, no domingo, como a volta formal dele à frente do movimento trabalhista. Já o PT o quer como mascate da reforma política e da sucessão de 2012, ano das eleições municipais.

Diante de tantos pedidos, Lula está decidido a selecionar. Vai ao 1º de Maio em São Paulo, mas ainda não confirmou se estará presente na reunião do diretório petista em Brasília, onde o assunto será a reforma política. Nesse universo, ele promete centrar fogo em dois pontos: o financiamento público exclusivo e a lista partidária, aquela em que o eleitor vota num partido e a legenda é quem diz a ordem dos deputados. O fato de centrar seu esforço nesses dois pontos tem lá suas razões, avisam alguns petistas. A principal delas é que o PT está convencido de que, se houvesse financiamento público, não haveria mensalão.

E, para conquistar uma parcela do eleitorado em favor dessas mudanças, a ideia de Lula é reunir movimentos sociais em breve para discutir os temas. Na avaliação de que o ex-presidente tem feito com petistas e aliados, se não houver uma pressão da sociedade civil organizada, o Congresso não fará a reforma política. Mas, com a sociedade batendo à porta, a aprovação da reforma se viabiliza – como foi o caso da Lei Ficha Limpa, uma proposta que os congressistas não queriam, mas que terminaram aprovando por pressão da sociedade.

Justamente dentro dessa perspectiva de engajar a sociedade que Lula esteve nessa segunda-feira no Rio de Janeiro. Um dos encontros previstos para troca de ideias seria nessa segunda-feira à noite, com o músico Chico Buarque. Os dois continuam amigos e Lula quer ouvir todas as classes e categorias que puder.

O ex-presidente está convencido de que não deve concorrer à Presidência da República novamente. A um amigo, foi claro: “Primeiro, dificilmente, eu faria um mandato melhor do que já fiz e teria a popularidade que tive. E segundo essa fase passou. Agora tenho outras missões”, afirmou, citando a sua intenção de ajudar Dilma a fazer um governo “tão bom que ela seja reeleita”.

Compromissos

O fato de achar que não deva concorrer à Presidência da República não quer dizer que ele vá deixar de lado o seu passado. Ele deseja, por exemplo, voltar mesmo às portas das fábricas em breve e vai aproveitar o 1º de Maio para estreitar ainda mais seus laços com o berço de sua carreira política, o movimento sindical. Da eleição em 2002 ao fim do mandato de oito anos, Lula festejou com as centrais apenas uma vez, em 2010, quando precisava do apoio das entidades trabalhistas para eleger Dilma Rousseff.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC aguarda a presença de Lula na Festa do Trabalhador deste ano. A presença do ex-presidente nas missas de São Bernardo do Campo se repetiu ao longo dos dois mandatos. Mas os companheiros de militância planejam “reapresentar” o ex-presidente aos trabalhadores sem faixa e sem todo o aparato estatal.

Além da participação nas comemorações do 1º de Maio, o sindicato prepara uma festa para inaugurar “a volta à porta de fábrica” no dia 12, quando a entidade que Lula já comandou completará 53 anos. “A gente sonhou a vida toda que um dia tivesse um presidente com essa característica. Estamos contando com a presença dele no 1º de Maio, mas estamos ansiosos, mesmo, é pela porta de fábrica. Primeiro de Maio é uma coisa na praça, o simbólico é ir à porta, liberado daquela infraestrutura da presidência, sem aquele aparato presidencial”, afirma o presidente da entidade, Sérgio Nobre.
O ex-presidente voltou a frequentar a sede do sindicato. De acordo com Nobre, Lula prometeu comparecer à votação marcada para os dias 4 e 5, quando será eleito o comando do sindicato. “Ele disse que vai votar na minha chapa”, conta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O primeiro discurso de Lula pós-presidência na festa dos trabalhadores é aguardado como uma espécie de recado à presidente Dilma Rousseff, para que a sucessora abrace compromissos trabalhistas que ficaram pendentes durante os oito anos do governo do petista. Na pauta das centrais sindicais estão pleitos como as 40 horas semanais de trabalho, fim do fator previdenciário e regulamentação dos funcionários terceirizados, afirma o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). “Estamos aguardando o Lula no 1º de Maio, hoje, com mais liberdade, para falar sobre essas questões que como presidente não conseguiu resolver.”


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