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Estado de Minas

Maioria dos deputados mineiros queria manter verba por sessões extraordinárias


postado em 27/04/2011 06:00 / atualizado em 27/04/2011 06:14

Se dependesse de uma atitude altruísta da maioria dos deputados estaduais, o pagamento por presença em reuniões extraordinárias nunca acabaria. Dos 77 parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas, 43 foram consultados nessa terça-feira pelo Estado de Minas sobre o tema. Apenas quatro – Fred Costa (PHS), Délio Malheiros (PV), Rogério Correia (PT) e Maria Tereza Lara (PT) – disseram abertamente ser contrários ao pagamento. Mesmo assim, os quatro admitiram que jamais cogitaram abrir mão dos R$ 1.002,12 por sessão. Há aqueles que se manifestaram pelo fim das reuniões extraordinárias. É o caso de Sávio Souza Cruz (PMDB), Carlin Moura (PCdoB), João Leite (PSDB), Doutor Viana (DEM), Antônio Lerin (PSB). Eles entendem que a discussão deve ser finalizada nas reuniões ordinárias. Os novatos Bruno Siqueira (PMDB) e Celinho do Sinttrocel (PCdoB) disseram ser contra nos casos de convocação em que não é votada nenhuma matéria. Hélio Gomes (PSL) diz que só é favorável se for uma convocação de urgência.

No mais, todos os entrevistados não têm o menor constrangimento em defender de peito aberto a manutenção do jeton. O discurso usado por esse grupo é padrão. Eles alegam que não veem problema algum em abdicar do privilégio desde que tenha uma decisão judicial ou uma ordem da Mesa Diretora proibindo os pagamentos. Por outro lado, houve parlamentar que preferiu ficar em cima do muro ou até mesmo bater em retirada para fugir da discussão.

“Estou indeciso. Nunca pensei nisso antes”, desconversou Anselmo Domingos (PTC). “Não falo sobre isso”, resumiu Vanderlei Miranda (PMDB). A deputada Ana Maria Resende (PSDB) preferiu fugir da discussão. Quando soube do tema da reportagem, a tucana apressou o passo rumo à área privativa do plenário. O mesmo subterfúgio foi usado pelo deputado Gilberto Abramo (PMDB), que se absteve de falar sobre o assunto.

Com o novato Carlos Henrique (PRB) foi diferente. Ele defendeu quando questionado. “Você não recebe hora extra?” Ex-presidente da ALMG, Romeu Queiroz (PSB) foi na mesma linha. “Quando você faz extra não recebe?”, indagou à reportagem.

Entre os consultados, no entanto, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) era o mais exaltado. Depois de dizer em entrevista ser favorável ao jeton, Rodrigues subiu no palanque da Casa para criticar a imprensa. Em tom exaltado, o pedetista denunciou sem apresentar documentos supostas irregularidades em benefícios extras que estariam sendo pagos a membros do Executivo, Judiciário e Tribunal de Contas. “Não é a Assembleia apenas que deve prestar contas à sociedade”, esbravejou ao apresentar requerimento para um debate sobre os salários dos integrantes de todos os poderes.

O estreante Doutor Wilson Batista (PSL) foi outro que defendeu com afinco o benefício extra. Médico cirurgião, ele alegou que a carreira política demanda muito tempo e, por isso, para o deputado exercer o mandato em toda a plenitude é necessário abandonar outras atividades profissionais. Por fim, argumentou não ser o momento adequado para tratar sobre o assunto porque é novato no Parlamento. “É como chegar a Roma e querer mudar o comportamento dos romanos”, argumentou.

O ex-presidente da ALMG Antônio Júlio (PMDB) engrossa o coro dos chamados legalistas. “Faz 20 anos que é pago. É um direito adquirido, mas se houver uma ordem judicial é diferente”, alegou. “Enquanto for legal não está fora da legalidade”, disparou Luiz Henrique (PSDB). “Sou a favor da lei”, justificou Deiró Marra (PR). (EF/IS/JC)


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