Em Belo Horizonte, cerca de 50 membros da sociedade civil realizaram, nesta quarta-feira, manifestação na Rua Rio de Janeiro, na Praça Sete, contra a paralisação de 24 horas dos juízes federais. Em "ato irônico", os manifestantes do coletivo "Uisque - União Indefectível da Sociedade Querendo", dizem "apoiar" o aumento de 14,79% pedido pelos juízes federais, como forma de protesto. Vestidos de toga, com perucas, faixas e bonecos confeccionados, o grupo arrecadou dinheiro de trinta pedestres que passaram pela região. Isso, "em solidariedade aos juízes federais", segundo um dos participantes, o educador Rodolfo Cascão. "Eles ganham ridículos 26 mil e nós apoiamos que eles passem a ganhar 30 mil reais", afirma Rodolfo.
Segundo a Ajufe, o pedido de revisão do teto constitucional da remuneração tem base na Constituição Federal. Outras reivindicações da classe são a simetria nas garantias concedidas ao Ministério Público e à Advocacia-Geral da União, especialmente em relação à segurança aos magistrados que julgam organizações criminosas.
Segundo o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, a população não será prejudicada com a paralisação. “Teremos a responsabilidade de manter a apreciação de casos de urgência para a população brasileira, envolvendo a concessão de medicamentos, liberação de leitos hospitalares, habeas-corpus, prisões e medidas de urgência com pedido de liminar. A população pode ficar tranqüila em relação a este ponto”, afirma Wedy.
A decisão foi tomada em assembléia geral por 767 magistrados de todo o país, no mês de março. Em até 90 dias a partir desta quarta-feira será convocada uma nova assembléia, que poderá debater nova paralisação ou decisão por greve. De acordo com a Assessoria de Comunicação da Ajufe, a categoria só realizou paralisação uma vez, em 2000.