Jornal Estado de Minas

Suplentes

Romeu Queiroz e Humberto Souto perdem chance de ocupar cadeira no Legislativo

Os ex-deputados estadual Romeu Queiroz (PSB) e federal Humberto Souto (PPS), que perderam a oportunidade de ocupar cadeiras no Legislativo devido à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) dando às coligações o direito de assumir as vagas de suplentes, já se conformaram com a derrota na Justiça. Os dois afirmaram que não vão entrar com recurso no Tribunal de Justiça, como última tentativa para reconquistar o mandato. Isso, para Romeu Queiroz, só iria prorrogar a sua permanência na Assembleia Legislativa de Minas, mas não lhe garantiria a cadeira.



O socialista concorda com a decisão do STF, que optou pela coligação e não pelo partido. “Acredito que os ministros refletiram mais para votar na quarta-feira”, afirmou, justificando a mudança na tendência de votos de quatro ministros do Supremo que já tinham entendido, ao concederem liminares, que a vaga dos suplentes era do partido.

Com o posicionamento do tribunal, quem volta à Casa é o deputado Juninho Araújo (PTB) que exerceu o mandato por apenas 15 dias, de 4 a 19 de fevereiro. Ele assumiu o cargo com a ida de Wander Borges (PSB) para a Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais.

Humberto Souto nem chegou a sentir o gostinho de legislar este ano. Apesar de ter conseguido, em março, uma liminar para assumir a cadeira do então deputado Alexandre Silveira (PPS), nomeado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) para a Secretaria Extraordinária de Gestão Metropolitana, Humberto Souto não foi empossado na Câmara dos Deputados.



Poder

A saída de Romeu Queiroz da Assembleia é mais uma pedra no caminho de um parlamentar que já foi o todo poderoso da Casa e que, desde a denúncia de envolvimento no escândalo do mensalão, tenta se reerguer. Apadrinhado pelo ex-governador Hélio Garcia, Romeu Queiroz foi presidente da Assembleia Legislativa por dois biênios (de 1991 a 1993 e de 1997 a 1999), exerceu três mandatos de deputado estadual e um de deputado federal. Mas sofreu no ostracismo por quatro anos, desde que foi denunciado por envolvimento no escândalo do mensalão. Apesar de ter sido absolvido pelo plenário da Câmara dos Deputados, não conseguiu se reeleger na eleição de 2006, nem eleger o filho, Marcelo Queiroz (PTB), naquele ano.

A saída de Queiroz não deixa de ter um tom emblemático. Com ele, deixa a Assembleia o “eterno” assessor Dalmir de Jesus, que provocou polêmica no início do ano, ao voltar à Assembleia, 12 anos depois de aposentado como diretor-geral da Casa, cargo que lhe garantia um salário de cerca de R$ 50 mil.

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