O presidente do Senado, José Sarney, classificou, na manhã desta terça-feira, de "ficção" o processo orçamentário brasileiro. Segundo o senador, o fato de o Poder Executivo não ter obrigação de seguir o Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional cria um "tumulto geral". "É uma ficção porque nós votamos aqui e o Poder Executivo pode executá-lo da maneira que ele quiser", assinalou Sarney.
Por meio de decreto publicado no dia 28 de abril, a presidente Dilma Rousseff prorrogou a validade dos restos a pagar referentes a 2007, 2008 e 2009, que seriam cancelados em 30 de abril.
Atualmente, o orçamento é uma lei autorizativa. O Executivo não está obrigado a aplicar a verba aprovada pelo Legislativo. Assim, o governo pode, por exemplo, selecionar, entre as obras previstas, aquelas que serão executadas. Com a adoção de um orçamento impositivo, o Executivo ficaria obrigado a cumprir a lei orçamentária aprovada pelo Congresso.