Brasília - O Partido Verde mobilizou-se para adiar a votação do projeto de lei que altera o Código Florestal. Na noite dessa segunda, o PV teve acesso ao texto que se pretende colocar em votação nesta terça na Câmara e detectou uma série de trechos controversos, os quais a legenda trata como “pegadinhas”. A ex-senadora Marina Silva logo no início da manhã desta terça reuniu-se com a bancada para traçar a estratégia para tentar negociar outro texto.
A ex-senadora e candidata pelo partido à Presidência da República em 2010 ressaltou que o relatório apresentado pelo governo nessa segunda, no fim da tarde, “tem um monte de mudanças e pegadinhas que aparentemente entregam uma vitória com uma das mãos e retiram com a outra”. Por conta disso, é que o PV decidiu mobilizar-se para negociar com setores do governo da área ambiental, partidos e com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
A princípio, Maia conversou por telefone com Sarney Filho e agendou um encontro para as 17 horas de hoje. Entre as “pegadinhas” citadas por Marina, ela destacou a que viabiliza o pastoreio em reservas legais, o que permitiria a criação de gado, por exemplo, em reservas da Amazônia e da Mata Atlântica.
“O pior de tudo é que o relatório que está sendo apresentado não foi legalmente aprovado nas comissões de mérito. O que vai para votação é um relatório que não foi apreciado nas comissões e não foi mudado [pelo colegiados]”, ressaltou Marina. Perguntada se o assunto poderia terminar no Supremo Tribunal Federal (STF), ela tem a expectativa que o “bom-senso” faça com que os parlamentares entendam que não há como fazer essa votação.