Depois de três horas e meia de reunião no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza, e o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) anunciaram que vão colocar em votação o texto do Código Florestal nesta quarta-feira. Ignoraram, no entanto, as divergências que existem no texto, que não contam nem com o apoio do Planalto.
Nesta reunião estavam também presentes o ministro da Agricultura Wagner Rossi, e representantes da Casa Civil e do Ministério do Meio Ambiente. Pela manhã, ao receber a ex-ministra Marina Silva o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, deixou claro o descontentamento do governo federal com o texto apresentado por Aldo. "Considero que avançamos muito, houve um quase acordo. O texto não será de consenso, será de acordo", declarou Vaccarezza, anunciando que na noite de hoje vai ser votada ainda a urgência do projeto e será feita uma nova reunião com o colégio de líderes para buscar um acordo. Segundo Vaccarezza, "só falta definir o trecho que trata da propriedade familiar". O deputado Aldo Rebelo, por sua vez, ironizou dizendo que "houve uma prova do vestido de noiva e mostrou-se que precisava de um novo ajuste para chegarmos a uma peça para votação". Ele comentou que "não viu demonstração de insatisfação do Palocci, nem do governo" e avisou que o Código está em discussão há anos e que agora é o momento de ele ir para votação no plenário. "Não pode adiar mais e não cabe ao governo essa decisão porque ela é do Parlamento", avisou Aldo, lembrando que "os agricultores não queriam sequer o estatuto da reserva legal". Aldo atacou os integrantes do Greenpeace, dizendo que eles não defendem a criação de nenhuma área de proteção ambiental na Holanda. "Não existe reserva legal na propriedade em nenhum país do mundo. Já está na hora de isso ir pro voto", completou.