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Estado de Minas

Marcio Lacerda sofre pressão do próprio partido para ampliar alianças


postado em 04/05/2011 06:00 / atualizado em 04/05/2011 08:01


O primeiro partido da base Dilma a conversar com Lacerda será o PCdoB(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 1/1/11)
O primeiro partido da base Dilma a conversar com Lacerda será o PCdoB (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 1/1/11)


A direção nacional do PSB determinou ao prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que amplie o leque de alianças com partidos da base da presidente Dilma Rousseff (PT). A medida tem dois objetivos: enfraquecer a presença do PSDB na capital – os tucanos participaram informalmente da campanha de Lacerda em 2008 e participam do governo – e oferecer, em troca, apoio nas eleições do ano que vem em outras cidades.

Com a estratégia casada, o primeiro partido a conversar com Lacerda será o PCdoB, ainda em data a ser definida. Em caso de sucesso nas negociações, já está certo, por exemplo, que o PSB, como contrapartida, oferecerá apoio à candidatura da deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) à Prefeitura de Porto Alegre em 2012. A parlamentar se encontra hoje em Belo Horizonte com Lacerda.

Entre os 10 partidos que fizeram parte da coligação que elegeu Dilma Rousseff, apenas o PT, dividindo espaço exatamente com os tucanos, seus principais rivais, participa da cúpula do governo de Lacerda. PR e PRB mantêm cargos de segundo escalão.

O presidente municipal do PSB, João Marcos Grossi, acredita que a decisão da direção nacional do PSB não vai melindrar a relação com o PSDB em Belo Horizonte. “As conversas acontecem com todo mundo. No caso do PCdoB, existe uma proximidade nacional. Os dois partidos já atuam como bloco partidário”, argumentou. A união entre os dois partidos, que conta ainda com o PTB, foi formalizada no início da legislatura na Câmara dos Deputados.

De qualquer maneira, caso venha a perder espaço na prefeitura, de modo a impactar nas eleições de 2012, o PSDB já tem pelo menos uma estratégia preestabelecida – além da utilização de seus dois principais nomes no estado, o governador Antonio Augusto Anastasia e o senador Aécio Neves. Na hipótese de ser obrigado a ter candidato próprio, os tucanos lançaram mão ainda do bom relacionamento que têm com os partidos chamados nanicos, com boa representação na Câmara dos Vereadores e muito enraizados principalmente em meio à população mais carente da capital, onde o PT também fincou lideranças.

Ao lado do PSDB estão, por exemplo, os vereadores Paulinho Motorista (PSL), com votação expressiva no Aglomerado da Serra, e Preto (DEM), que tem base eleitoral na Região Oeste da capital. Ex-colega de ambos, Luis Tibé (PTdoB), da Região Nordeste, também tem bom trânsito com os tucanos. O ex-vereador venceu a disputa para deputado federal nas últimas eleições.

Tucanos e aliados terão do outro lado, no entanto, um forte rival. O ex-ministro do Turismo Walfrido Mares Guia (PSB), escalado especialmente pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a missão de unir a base de Dilma em Belo Horizonte.

Nesse sentido, para aglutinar mais forças contra os tucanos, um dos principais desafios de Walfrido será conter o PMDB, o segundo maior partido da base de Dilma, depois do PT. Vereadores da legenda em Belo Horizonte chegaram a ensaiar a entrada para o governo de Lacerda antes mesmo de o PSB determinar ao prefeito que aumentasse a busca por apoio dos aliados de Dilma. A cúpula do partido no estado, porém, quer ter candidato próprio no ano que vem, por avaliar ter alcançado resultado expressivo nas eleições de 2008, quando o deputado federal Leonardo Quintão foi para o segundo turno com Lacerda.

Na briga

Fontes do PCdoB negam que uma possível entrada do partido no governo de Marcio Lacerda signifique o sepultamento da candidatura da deputada federal Jô Moraes à prefeitura no ano que vem. A parlamentar, que disputou o cargo em 2008, já deixou claro que pretende entrar novamente na briga pelo comando da capital. “Hoje é um momento, ano que vem, outro”, justificam os comunistas. Jô confirmou a aproximação da legenda ao PSB. No entanto, disse não haver qualquer posicionamento dos comunistas no sentido de retirar a candidatura para apoiar Lacerda. “Em política não se pode dizer que jamais acontecerá alguma coisa. O que existe hoje é que continuo candidata”, disse.


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