Brasília - O relator na Câmara dos Deputados do projeto de lei que altera o atual Código Florestal Brasileiro, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), passará todo o dia tentando um acordo com o governo que viabilize a votação da matéria ainda nesta quarta. Segundo ele, caso não se atinja o objetivo “de um acordo completo” existe a possibilidade de se retomar o texto, aprovado na comissão especial, que sofreu alterações por pressão de ambientalistas e do próprio Executivo.
Ele também criticou os deputados do Partido Verde que nessa terça apresentaram 12 pontos considerados críticos. Aldo disse que até o momento não recebeu da legenda comunicado oficial sobre o assunto.
“Eu não trato da expressão pegadinha [usada pelo PV para definir os pontos controversos do relatório], não sei se ela tem amparo regimental. Tratamos de receber e acolher as críticas e sugestões, desde que [os parlamentares] justifiquem e mostrem no relatório as razões e fundamentações para [o trecho] ser acrescentado ou subtraído”, afirmou Aldo Rebelo.
Além dos ambientalistas, outros setores que se sentem prejudicados com o relatório querem garantir que suas reivindicações sejam atendidas pelos deputados. Entidades do setor sucroenergético promoveram um café da manhã com deputados e senadores para tratar de seus pleitos.
A Federação dos Produtores de Cana-de-Açúcar, por exemplo, reivindica que sejam preservadas as áreas consolidadas de plantação em áreas de aclives (inclinadas). Para eles, caso sejam mantidas alterações feitas na primeira versão do relatório de Aldo Rebelo, que proíbe o cultivo nessas áreas, haverá um grande prejuízo aos usineiros, especialmente do Nordeste.
Assim, Pernambuco será o mais prejudicado, seguido por Alagoas – estados responsáveis pela maior parte do cultivo em áreas inclinadas. Além dessas entidades do setor sucroenergético, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), mantém representantes em constantes encontros com parlamentares para apresentar suas demandas.