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Estado de Minas

Aécio Neves nega atuação de José Serra no PSD


postado em 06/05/2011 06:00 / atualizado em 06/05/2011 07:44

As especulações de que o ex-governador José Serra (PSDB-SP) seria o articulador da criação de um partido por seu afilhado político, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), foram negadas nessa quinta-feira pelo senador Aécio Neves (PSDB) durante a solenidade de posse de Angelo Roncalli (PR), prefeito de São Gonçalo do Pará, na presidência da Associação Mineira de Municípios (AMM). Em tese um dos principais atingidos pela sangria que a dissidência vem causando no DEM, o tucano mineiro afirmou não acreditar na atuação do seu adversário na disputa interna do PSDB por uma vaga de candidato à Presidência da República. Ele disse, no entanto, que o próprio governo federal seria o “principal aliado” das oposições na atualidade.

Nas últimas semanas, o DEM teve várias baixas provocadas pela criação do novo partido, o PSD, pelo prefeito Kassab. A fila puxada por ele e nomes como a senadora Kátia Abreu teve essa semana novos adeptos, como o vice-presidente do DEM, Paulo Bornhausen, filho do ex-senador Jorge Bornhausen, e o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo. A expectativa é de uma baixa total de cerca de 15 parlamentares. No ninho tucano, Serra é apontado como um dos operadores da dissidência, que enfraqueceria Aécio Neves como nome da oposição para disputar o Palácio do Planalto. “Não acredito nisso, até porque não interessa a ele (Serra) e a nenhum de nós a fragilização das oposições. Não vejo o futuro das oposições com o ceticismo de alguns”, afirmou.

Nesta semana, Aécio teve encontro reservado com o ex-senador Jorge Bornhausen, que também atuaria nos bastidores pela criação do PSD. O tucano estaria buscando uma aproximação com Kassab, com quem esteve nas comemorações do Primeiro de Maio em São Paulo. Ainda para Aécio, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) estaria atuando de forma favorável ao fortalecimento das oposições, por causa de suas condutas. “Acredito que o maior aliado das oposições é o governo que aí está, que, com uma maioria extremamente ampla, não mostra a menor disposição de enfrentar nenhum contencioso, de propor as reformas ao Congresso”, afirmou.

O senador criticou também a ausência de propostas na área previdenciária e cobrou “atitudes” do governo Dilma. “Não serve mais o mesmo diagnóstico ou a terapia utilizada pelo último governo, que navegou em função das ações herdadas do governo anterior – ampliando alguma delas, reconheço, sobretudo no campo social –, mas navegou em um momento de expansão da economia mundial ao longo de seis anos como jamais se viu, aí sim, na história do mundo”, disse. (JC e AA)


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