O PMDB, partido que deu um vice à presidente Dilma Rousseff (PT), pode lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto, concorrendo com a petista, em 2014. É justamente ele, o vice-presidente Michel Temer, um dos nomes que estão sendo “preparado” para disputar pela legenda, assim como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A possibilidade de rompimento foi confirmada nessa sexta-feira pelo presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO), em Belo Horizonte, durante um seminário do partido.
Segundo o presidente do PMDB, não há constrangimento para o partido em lançar candidato contra a aliada Dilma e já há uma sinalização para a militância, de que Temer e Cabral são os nomes da legenda. “Aliança se faz e se desfaz a qualquer momento. Não teremos problema em deixar os cargos para lançar candidato em 2014”, afirmou. O dirigente não descartou, no entanto, reeditar a aliança com Dilma. “Não está descartado apoiar a reeleição nem candidatura própria. Vamos ter de preparar esses nomes para chegar a 2014 e avaliar: se a aliança for importante e estiver indo bem, podemos reeditar, senão, vamos ter nomes à altura para disputar”, disse.
Raupp negou que a disposição de lançar candidatura própria à Presidência tenha relação com uma possível insatisfação com a distribuição de cargos do governo federal. De acordo com ele, o PMDB tem um “compromisso” com a nação por sua dimensão. O peemedebista afirmou que o partido foi o principal ponto de governabilidade durante a principal crise do PT, quando estourou o escândalo do mensalão em meados de 2005.
O PMDB está passando por um processo de restruturação, segundo o presidente. O objetivo é chegar às eleições de 2012 com chapas completas para concorrer a vagas de vereadores e prefeitos, já com o foco no fortalecimento da legenda para 2014. O partido tem hoje 1.190 prefeitos e cerca de 2,5 mil vereadores. “O PMDB será maior ainda”, prevê Raupp. Como parte da estruturação, estão sendo feitas novas filiações e cursos de formação política.