PMDB mineiro se reúne com Temer para cobrar mais participação

A bancada do PMDB mineiro ainda não está satisfeita com o tratamento dispensado pelo PT ao partido. Deputados estaduais da legenda irão à Brasília nesta terça-feira para cobrar do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) uma maior participação no governo petista. Insatisfeitos desde janeiro, quando começou a distribuição de cargos no governo federal, os peemedebistas afirmam que estão sendo alijados do governo. O líder da minoria na Assembleia Legislativa, deputado Antônio Júlio, evita citar nomes, mas defende que o partido tenha maior participação nos órgãos ligados aos ministérios que pertencem ao PMDB, como o das Minas e Energia e o da Agricultura. ''Queremos compartilhar o governo com a Dilma. Agora, se eles querem governar sem o PMDB, eles que assumam essa responsabilidade depois'', afirma. Apesar da insatisfação com o PT nacional, Antônio Júlio afirma que a aliança com o PT mineiro na oposição ao governador Antonio Anastasia continua firme.

Segundo Antônio Júlio, a bancada estadual mineira vai cobrar um discurso mais alinhado do governo federal com o bloco ''Minas sem Censura'' em Minas Gerais. ''Precisamos ter um maior apoio do governo Dilma às ações nossas aqui na Assembleia, como oposição analítica e construtiva'', afirmou Antônio Júlio. Os membros do partido estariam insatisfeitos com o tratamento elogioso que é dispensado pelo governo federal aos tucanos mineiros, como Aécio Neves e Antônio Anastasia, que vai na contramão da oposição incisiva que o bloco tem feito na ALMG. ''As lideranças do PMDB e do PT [nacional] tratam o senador como se não fosse nosso adversário. Isso também acontece com o Anastasia'', afirma o deputado Sávio Souza Cruz.

Investimentos

Os peemedebistas prometem levar ao vice-presidente uma pauta de investimentos para Minas Gerais. Assim como outras bancadas estaduais já fizeram, os deputados irão a Brasília pedir soluções principalmente para os problemas nas estradas mineiras. A principal crítica do partido é em relação ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que ainda não apresentou solução satisfatória para os problemas do Anel Rodoviário e da BR-381. ''O caso das rodovias virou um caso político grave porque o DNIT parece que não faz parte do governo Dilma, ele é parte de um partido político, o PR'', critica o deputado.