Gustavo Valadares avisa que, se deixar o DEM, não se filiará ao PSD de Gilberto Kassab, mas antes procurará demonstrar para a Justiça Eleitoral atos de discriminação, que, segundo ele, colocaram a legenda no estado a serviço “de uma pessoa”, em referência a Carlos Melles. Já Gustavo Corrêa estuda a possibilidade de filiar-se à nova sigla. Ele conversará nesta quarta-feira com o senador Aécio Neves (PSDB) e com o próprio Agripino. Como o PSD levará ainda entre 30 e 40 dias para ser formalizado, Corrêa ainda terá tempo para decidir.
Nessa segunda-feira, José Agripino evitou se posicionar sobre o conflito mineiro, que põe um novo ingrediente ao já conturbado cenário nacional dos democratas. “Vou ouvi-los primeiro”, afirmou Agripino. Segundo o presidente, apesar das desfiliações, o DEM voltará a crescer. “Tivemos defecções, mas nada que signifique desânimo nem afete a capacidade de crescimento”, afirmou, voltando a rechaçar a hipótese de fusão com o PSDB.
Em Minas, os ânimos entre democratas não andam bons. Dos cerca de 400 diretórios municipais no estado, apenas 140 apresentaram a documentação para recadastramento. Os demais foram extintos e serão nomeadas comissões provisórias. Em julho, haverá eleição em todos os diretórios municipais, inclusive com a indicação dos delegados que vão participar da eleição para a direção estadual do DEM. Carlos Melles pretende se licenciar do cargo no Executivo para voltar a concorrer, tendo como vice o deputado federal João Bittar. Depois de eleito, Melles pretende retornar à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, permitindo que Bittar retome a presidência do partido.
“As comissões provisórias serão indicadas pelos deputados majoritários, pelos prefeitos, vereadores, enfim, tenho uma lista de indicações. Estou mapeando o estado. Naquelas cidades em que houver conflito de indicações, vamos sentar com os interessados e resolver”, afirma Bittar. Segundo ele, as comissões provisórias não podem eleger delegados para participar da eleição do presidente estadual. Mas, se fizerem a convenção de julho e elegerem os diretórios, estes terão delegados.
Estatuto Minimizando o desconforto do grupo de deputados estaduais insatisfeitos com a condução do partido em Minas, Bittar comentou: “O grupo de deputados estaduais confortável com a direção do partido em Minas é em número bem maior”. O presidente da legenda afirmou ainda que, quando Melles se licenciou, o escolheu para substituí-lo porque os outros dois vice-presidentes do partido em Minas, Marcos Montes e Vítor Penido, ocupam cargos na executiva nacional. “Toda escolha gera insatisfação em qualquer lugar. Mas o Melles escolheu a mim atendendo ao estatuto do partido. Não há nada de real para gerar esse clima de insatisfação”, considerou Bittar.