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Estado de Minas

Plenário da Câmara pode votar flexibilização de licitações para a Copa


postado em 10/05/2011 09:21 / atualizado em 10/05/2011 09:31

O Plenário realiza sessão extraordinária na tarde destar terça para votar a Medida Provisória 521/10. O parecer foi lido no dia 4 de maio pela relatora, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), mas o governo não conseguiu acordo com a oposição para uma emenda que flexibiliza as normas de licitações para obras de infraestrutura dos eventos esportivos que o País vai sediar nos próximos anos – Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Jogos Olímpicos e Paraolímpicos (2016).

O Colégio de Líderes se reúne na tarde desta terça para debater a pauta de votações da semana. Os parlamentares vão analisar, além da possibilidade de acordo para o novo Código Florestal, as medidas provisórias que estão em pauta. A votação do código está prevista para esta noite.

Regime Diferenciado

Ao ler seu parecer, Jandira Feghali ressaltou que a emenda não substitui a Lei de Licitações (8.666/93). Apenas confere ao poder público a opção de adotar um modelo que dá mais celeridade à execução das obras e serviços voltados aos eventos esportivos. O modelo recebeu o nome de Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC).

“O RDC é uma opção para o gestor. Ele propicia à administração pública mais celeridade na celebração dos contratos, mitigando eventuais atrasos. A Lei de Licitações está em vigor”, disse a relatora. Segundo ela, a Lei de Licitações é “pouco eficaz em diversas áreas, ainda mais se considerados os desafios de realizar os maiores eventos esportivos do mundo”.

A deputada afirmou ainda que o RDC foi inspirado na legislação britânica – no próximo ano, Londres vai sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. O novo modelo articulado por técnicos do governo com representantes do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União.

Contratação integrada


O projeto de lei de conversão que a deputada apresentou à MP 521/10 mantém, com ajustes, o teor original proposto pelo Executivo, que trata da bolsa de médico residente e da prorrogação dos prazos de pagamento de gratificações na Advocacia Geral da União. O foco de tensão política está na emenda que trata do RDC.

De acordo com a deputada, a principal novidade do parecer é a criação da figura da “contratação integrada”, regime em que uma só empresa é responsável por todo o empreendimento, desde a elaboração do projeto até a execução da obra. Atualmente, o poder público realiza duas licitações para uma mesma obra, sendo uma para o projeto e outra para a construção. O novo modelo é também chamado de “turn key” – “virar a chave”, em inglês, uma alusão ao fato de o dono da obra só ter o trabalho de abrir a porta.

Para o governo, a contratação integrada vai dar celeridade ao processo licitatório e garantir projetos bem elaborados, pois uma só empresa será responsável por todo o processo de construção. O Executivo alega ainda que a fiscalização será facilitada, pois ficará restrita a uma só empresa (ou consórcio).

Dispensa de etapas

O parecer estabelece ainda que haverá dispensa de apresentação de projeto básico e executivo na contratação integrada. Essa é a principal divergência do PSDB ao texto da relatora. O partido entregou uma sugestão para que pelos menos seja apresentado o projeto básico.

Segundo o parecer, no caso de empreitada integral, o aditamento do contrato original só será permitido para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, “decorrente de caso fortuito ou força maior” ou por mudanças técnicas no projeto, a pedido da administração pública.


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