Num encontro de duas horas com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e toda a cúpula do ministério, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, pediu, em nome da presidente Dilma Rousseff, a demonstração de unidade da pasta em torno dela. Na reunião, na tarde desta quarta-feira, ele pediu "coesão" para acabar com o "fogo amigo" contra a ministra para que, assim, ela consiga sair da crise que vive na pasta. "Quanto bate uma crise dessa, se a equipe não se junta, gera insegurança", disse Carvalho.
O secretário-geral afirmou que Ana está mantida no cargo. "O governo está fechado com a ministra. Não há hipótese de substituição", afirmou. "Vim a pedido da presidenta Dilma demonstrar toda nossa confiança", afirmou. "Vai quebrar a cara quem tentar desestabilizá-la", disse.
A reunião contou com a presença da cúpula do ministério, incluindo os secretários, assessores especiais e o presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Antônio Grassi, principal aliado de Ana de Hollanda na pasta. No encontro, Gilberto pediu ainda a demonstração pública de apoio a ela, como forma de fortalecê-la.
Ficou combinado que todos os presentes à reunião divulguem uma nota oficial em apoio a Ana de Hollanda. Definiu-se também que haverá um discurso único de que o governo está aberto a discutir o projeto de mudança na lei dos direitos autorais. "A ministra já tem aberto o diálogo", sinalizou Gilberto.
Gilberto afirmou ainda que há uma "orquestração sórdida" contra Ana de Hollanda, mergulhada numa crise envolvendo diárias recebidas em dias de folga, polêmica sobre direitos autorais, exclusão do site do ministério do selo "Creative Commons", referente a licença para uso livre de conteúdo na internet, entre outras coisas. Nesta terça-feira, ela teve de deixar a Assembleia Legislativa de São Paulo sob escolta após um debate sobre sua gestão à frente do ministério.