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Estado de Minas

Ciro Gomes cogita deixar o PSB e concorrer novamente ao Palácio do Planalto


postado em 12/05/2011 08:46 / atualizado em 12/05/2011 08:54

Ciro Gomes pode criar uma legenda, a exemplo do que fez o prefeito de São Paulo (foto: Correio Braziliense)
Ciro Gomes pode criar uma legenda, a exemplo do que fez o prefeito de São Paulo (foto: Correio Braziliense)
Preterido como candidato a presidente da República pelo PSB em 2010, o ex-deputado Ciro Gomes está decidido a deixar o ninho socialista. Aos amigos, ele tem dito em conversas recentes que, em 2014, pretende concorrer à Presidência da República, ainda que seja por um pequeno partido. Se houver uma candidatura presidencial ou a vice-presidente do PSB, o mais provável é que o posto seja do atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Nesse cenário, Ciro vê que chegou a hora de buscar outro pouso. Seja o PDT ou a criação de um partido, como fez o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que recentemente deixou o DEM para fundar o PSD.

“Eu não tenho falado com Ciro, mas acho que ele deveria ter saído do PSB há tempos. Quando um partido nos nega o direito de ser candidato, não há mais o que fazer dentro da legenda”, comenta o senador Itamar Franco (PPS-MG), que passou por um processo semelhante no PMDB, sua antiga sigla, e, quando presidente da República, em 1994, fez de Ciro Gomes seu ministro da Fazenda.

As conversas de Ciro estão avançadas com o PDT, partido da ex-senadora Patrícia Saboya, ex-mulher de Ciro e sua aliada política. Os pedetistas cearenses hoje estão divididos entre aqueles que apoiam o governo de Cid Gomes (PSB) e a oposição ao Executivo estadual.

Ciro, entretanto, não precisa anunciar a decisão imediatamente, uma vez que não tem mandato. Mas está mesmo muito frustrado com o PSB. O ex-deputado considera que tem um discurso consistente para levar ao país diante de um cenário econômico que traz preocupações. E quer ter espaço para um debate, ainda que seja para mostrar diferenças entre diversos estilos de governar e ver o Brasil — o que não significa que fará oposição à presidente Dilma Rousseff ou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aliás, em 2010, Ciro desejava ser candidato para debater com o tucano José Serra, e não com Dilma. O PSB, entretanto, rejeitou a candidatura por votação e consulta ao Diretório Nacional.

Reservas


O PSB trata do assunto Ciro Gomes com reservas. Publicamente, não se misturou com as recentes críticas que Cid fez ao ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento — chamado de “incompetente”, “inepto” e acusado de ter montado uma quadrilha no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Mas, nos bastidores, o partido acha que o governador tem certa razão, por causa do estado deplorável das estradas federais no Ceará.

Na semana que vem, o PSB reunirá sua comissão nacional executiva em Brasília e Ciro será convidado, como todos os demais integrantes. Internamente, nem o PSB do Ceará trata abertamente do tema. Na última sexta-feira, o vice-presidente socialista, Roberto Amaral, foi homenageado no estado, esteve com integrantes do PSB e ninguém mencionou a possibilidade de Ciro Gomes deixar o partido.


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