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Estado de Minas

Proposta de reforma tributária gera insatisfação em parlamentares


postado em 15/05/2011 07:12 / atualizado em 15/05/2011 07:15

Apresentadas na semana passada pelo Ministério da Fazenda, as propostas para a primeira etapa da reforma tributária foram recebidas com desconfiança e descontentamento por parlamentares. A rapidez com que as críticas começaram a ser feitas indica que as mudanças, uma das prioridades traçadas pela presidente Dilma Rousseff durante a campanha para as eleições presidenciais, vão encontrar grande resistência para sair do papel, a exemplo do que vem ocorrendo na discussão sobre a reforma política que se desenvolve há quatro meses no Congresso Nacional. Não há sequer consenso de que os temas escolhidos dentro da estratégia de fatiar a reforma abarquem as necessidades de mudanças na questão tributária.

Segundo a proposta apresentada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, as alterações serão feitas por etapas, depois de cada tema ser discutido separadamente. A intenção do governo Federal é dividir a reforma em quatro partes, para evitar que pontos de divergência entre os parlamentares em um tema impeçam as alterações em todos os outros.

Inicialmente, deverão ser feitas mudanças no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e no sistema de cobrança entre os estados. Depois, entram na discussão a desoneração da folha de pagamentos da iniciativa privada, reforma no Supersimples – programa de incentivo às micro e pequenas empresas – , e agilização da quitação de créditos tributários às pessoas jurídicas. Entretanto, dificilmente o assunto será fechado ainda neste semestre, como previa a presidente Dilma, admitiu o secretário durante a apresentação.

O governo já encaminhou ao Senado a proposta de redução da alíquota do ICMS para as importações. A de diminuição do imposto para todos os produtos ainda está em discussão com os governadores. A expectativa do governo é de que o projeto de redução das alíquotas de ICMS seja aprovado pelo Congresso Nacional com urgência. “Essa proposta deve ser encaminhada imediatamente, para ser votada ainda neste ano e entrar em vigor em 2012”, disse Barbosa, na terça-feira, durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. O objetivo inicial é equilibrar a cobrança de ICMS nos estados e assim evitar a chamada "guerra fiscal" entre as unidades da federação. O ICMS seria reduzido gradualmente até chegar a 2%, em 2014. A alíquota geral hoje é de 12%, mas alguns estados concedem incentivos, como crédito presumido ou pagamento parcelado do imposto. Dessa forma, o estado atrai a entrada de produtos importados.

“Há uma certa frustração no Congresso quando se fala na reforma tributária, porque já havia uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que tratava das mudanças, e esperávamos que ela fosse uma referência para o governo. O que recebemos foi uma proposta fatiada, com aspectos questionáveis sobre as duas primeiras ações do governo. Existe um consenso de que a guerra fiscal é prejudicial para o país, mas foi ela que permitiu uma descentralização das indústrias em algumas regiões. Por isso, é preciso pensar em uma política de desenvolvimento para as regiões mais pobres do país antes de qualquer coisa. Algumas mudanças são paliativas e precisam ser avaliadas com cuidado, para não cometermos erros ainda mais graves”, comenta o deputado Luciano Moreira (PMDB-MA), integrante da comissão de Finanças e Tributos da Câmara.

Para o deputado mineiro Márcio Reinaldo Moreira (PP), que também integra a comissão de Finanças, a reforma deve abordar outros temas importantes e que refletem diretamente no dia a dia da população. “Temos questões que devem ser discutidas, como a divisão das verbas entre as esferas do poder. Os estados e municípios estão defasados em vários setores, já a União, que todos alegam ficar com grandes quantidades de tributos, também se diz apertada com os recursos. É preciso resolver essa divisão, porque o governo empurra o problema com a barriga, e principalmente os pequenos municípios ficam com a faca no pescoço, sem conseguir fechar as contas e prestar serviços de qualidades para a população”, afirma Márcio.


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