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Estado de Minas

Quatro novas legendas devem ser criadas ou ressuscitadas


postado em 16/05/2011 08:51

O Brasil conta com 27 partidos políticos regulares e, ainda assim, há motivação suficiente para tentar emplacar mais quatro. Além do neogovernista PSD, outros três grupos tentam ultrapassar a barreira das 500 mil assinaturas para conseguirem o direito de nascer (ou renascer). Isso porque um dos partidos em vias de ocupar a cena política nacional é um velho conhecido do eleitor: o PL. Além do esforço por ressuscitar o partido ligado ao escândalo do mensalão, os militares também pretendem voltar oficialmente à vida política pelo Partido Militar do Brasil (PMB). Ao mesmo tempo, uma parcela de executivos de multinacionais se articula para criar uma legenda com proposta insólita. O Partido Novo pretende ser uma legenda política sem políticos — pelo menos até o momento do registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Todas as quatro legendas trabalham com prazo curto para consolidar o surgimento, ou ressurgimento: setembro. A pressa tem uma razão muito simples. Neófitas, integrantes dos três partidos acreditam que as eleições municipais de 2012 são a porta de entrada para tentarem eleger uma bancada mínima na Câmara dos Deputados dois anos depois. No campo das projeções, as perspectivas são distintas. O PSD se prepara para aderir à bancada governista — pelo menos onde for conveniente — e sonha com 50 deputados federais a partir de 2015. Mais modesto, o PL tenta renascer sem a parcela do antigo partido que migrou para o atual PR e de olho no dinheiro do fundo partidário e no tempo de televisão. Legendas sem deputados federais têm direito a R$ 550 mil anuais, mais dois minutos semestrais em rede nacional de tevê e rádio. Se tiver parlamentares, o tempo sobe para um programa nacional por semestre, com duração de 10 minutos. Já o PMB, pretende empunhar as bandeiras militares — entre elas a aprovação do projeto que institui piso salarial para a categoria.

A última legenda na fila de criação do TSE é o Partido Novo. Ao contrário dos outros três, o foco dos executivos é em gestão. Para isso, pretendem centrar fogo nas prefeituras, com a meta de inaugurar modelos de gestão. A proposta é defender uma economia liberal, bandeira hoje órfã, mas que outrora teve como representante mais claro o DEM. “Entendemos que é vital melhorar a eficiência na gestão dos impostos. Traçamos um estatuto para que o partido cobre dos seus representantes metas, gestão e resultados. O partido dá suporte a eles e eles têm o compromisso de gestão com o partido”, resume o presidente da legenda, João Dionísio Amoêdo, membro do conselho de administração do Itaú BBA e ex-vice-presidente do Unibanco.

No PL, os remanescentes da antiga legenda de Valdemar da Costa Neto acreditam que ao recriar o partido escaparão do desgaste de imagem provocado pelo mensalão. Como presidente de honra, José Batista Júnior, dono do frigorífico Friboi, o PL também tenta se desvincular da antiga característica de partido umbilicalmente ligado às igrejas evangélicas, mas permanece repleto de líderes religiosos pertencentes essas instituições.

Benefícios
As vantagens de se criar um partido:

» R$ 550 mil: transferência mínima anual pelo fundo partidário

» 20 minutos: tempo
disponível por semestre em tevê e rádio para inserções
de trinta segundos ou
um minuto

» 10 minutos: tempo
disponível por semestre
para programa nacional exibido em tevê e rádio

» 37 segundos: fatia mínima
diária a que um partido
tem direito em rádio e
tevê durante o horário eleitoral gratuito

» Contratação de assessores
e estrutura física em todas
as Casas Legislativas proporcional ao número
de eleitos, desde que tenha obtido, no mínimo, 5%
dos votos para a Câmara
dos Deputados.

» Tempo para partidos com representação na Câmara
dos Deputados. Quando
não tem parlamentares,
o tempo cai para 2 minutos por semestre.


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