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Estado de Minas

Marcio Lacerda faz nova reforma na administração

Prefeito precisa pisar em ovos para não desagradar aos dois principais aliados, PT e PSDB


postado em 17/05/2011 06:00 / atualizado em 17/05/2011 07:32

Nem bem cicatrizaram as feridas da primeira reforma administrativa e o prefeito Marcio Lacerda (PSB) já encaminhou ao Legislativo uma segunda mudança na estrutura da Prefeitura de Belo Horizonte. O novo texto cria a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e cargos na Fundação de Parques Municipais (FPM), o que custará aos cofres públicos mais R$ 2.622.386,53. Pisando em ovos para não desagradar aos dois principais aliados, PT e PSDB, Lacerda deve optar por um nome neutro para ocupar a pasta.

Lacerda deve optar por um nome técnico neutro para ocupar a nova Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (foto: Renato Weil/EM/D.A press - 8/10/10)
Lacerda deve optar por um nome técnico neutro para ocupar a nova Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (foto: Renato Weil/EM/D.A press - 8/10/10)
Desta vez, petistas e tucanos garantem não estar brigando por novos espaços. Na primeira reforma, Lacerda precisou até adiar as nomeações por causa dos desentendimentos. A aposta agora é em um nome técnico, que poderia ser o do atual adjunto da área, Fernando Blaser, sem filiação partidária. A manutenção evitaria um posicionamento político do prefeito em direção ao PSDB ou ao PT. A estratégia é esticar a corda e deixar uma decisão desta natureza para o fim do ano, quando o socialista faria outra reforma.

Caso Lacerda opte por nomeações partidárias, os principais candidatos seriam nomes do PCdoB ou PDT. O primeiro partido já teria pleiteado a vaga, argumentando ser dele a titularidade do Ministério dos Esportes no plano nacional, o que facilitaria uma comunicação entre as duas pastas. A mexida faria parte da aproximação nacional entre PSB e PCdoB, na qual os socialistas apoiariam Manuela D’Ávila à Prefeitura de Porto Alegre e os comunistas ficariam com Lacerda em BH.

Já no caso dos pedetistas, o prefeito buscaria estreitar relações, oferecendo um espaço de visibilidade, especialmente com a proximidade da Copa do Mundo’2014. O nome cotado é o do deputado federal Ademir Camilo, que abriria vaga na Câmara dos Deputados para o ex-deputado federal Mário Heringer. Além de aumentar seu leque de apoios para a reeleição, essa saída também evitaria novos embates entre petistas e tucanos na prefeitura.

A disputa entre os dois partidos chegou a empurrar as nomeações da primeira reforma administrativa, previstas para janeiro, para fevereiro deste ano. Por ela, o prefeito criou as secretarias de Obras e Infraestrutura; de Assuntos Institucionais; de Desenvolvimento; e de Serviços Urbanos. Apesar de ter criado mais cargos do que a enviada à Câmara nessa segunda-feira, aquela reforma não agradou a PT nem PSDB. Agora, o discurso é diferente: ambos não se dizem tão preocupados com mais espaço.

“Ainda não conversamos com o prefeito, mas é uma área em que o PT tem bastante experiência. Se a indicação for petista, teremos nomes para preencher os quadros”, afirma a vereadora Neusinha Santos (PT), acrescentando que Lacerda ainda está mexendo nas estruturas da administração municipal e o PT ainda não fez balanço de como ficou o espaço da legenda.

Já o vereador Henrique Braga (PSDB) disse que não “espera mais nada do prefeito”. “O PSDB municipal não foi contemplado na primeira reforma administrativa. Lacerda inventou a desculpa de que não iria nomear pessoas que fossem se candidatar nas próximas eleições e deixou o PSDB de fora”, diz. Segundo ele, a maioria dos filiados em BH não querem apoiar Lacerda em 2012, desejando candidatura própria.

Estrutura

A prefeitura já conta hoje com uma Secretaria-Adjunta de Esportes, mas a mudança de status da pasta é um apelo antigo de lideranças na área, que esperam vê-la mais forte nos quadros do Executivo. Com a alteração, serão criadas também duas secretarias-adjuntas que repetem o nome da própria pasta: a de Esporte e a de Lazer. O Projeto de Lei 1.657/2011, protocolado nessa segunda-feira, também traz novidades para a Fundação de Parques Municipais.

Para reestruturar os cemitérios da capital, administrados pela fundação, o prefeito pretende criar 40 cargos comissionados, entre gerentes e assessores. Na justificativa do projeto, ele não cita as mudanças na FPM. Explica apenas a intenção de implantar a secretaria: “Almeja-se, pois, o aperfeiçoamento das ações governamentais voltadas à formulação, organização, gestão e consolidação das políticas públicas voltadas para a prática de esportes e lazer”.


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