Uma mensagem enviada por engano, de computador do Planalto, para deputados e senadores levou o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a telefonar nessa quarta para ex-ministros e ex-presidentes do Banco Central (BC) - alguns deles do governo Fernando Henrique Cardoso - e pedir desculpas. Além disso, a trapalhada provocou a demissão de Luiz Azevedo, subchefe de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais, comandada por Luiz Sérgio.
Azevedo, porém, enviou a mensagem pelo Sistema de Informações Parlamentares (Supar), que segue para todas as assessorias da Esplanada. O e-mail foi parar nas mãos não apenas de líderes do PT e de outros partidos da base, mas também da oposição. A nota citava ex-presidentes do Banco Central e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como Henrique Meirelles, Armínio Fraga, Persio Arida e André Lara Resende, e ex-ministros da Fazenda (Pedro Malan e Maílson da Nóbrega) como exemplos de autoridades que se tornaram consultores.
Aborrecido, Palocci telefonou nessa quarta para os ex-ministros e se desculpou pelo episódio. Disse não ter tido a intenção de causar constrangimento, mas apenas de esclarecer que profissionais com trajetória no governo são prestigiados pelo mercado. Tanto Malan como Armínio, Arida e Lara Resende trabalharam no governo Fernando Henrique.
'Convite irrecusável'
Na tentativa de conter o desgaste com a saída de Luiz Azevedo, a Secretaria de Relações Institucionais divulgou a carta de “demissão” do assessor. Nela, o petista afirma que recebeu “convite irrecusável” para assumir o cargo de superintendente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em Brasília.