Um pedido de vista da desembargadora Ângela Catão suspendeu nesta quarta-feira o julgamento dos promotores Leonardo Bandarra e Deborah Guerner. O julgamento ocorria a portas fechadas no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília. O TRF1 ainda não informou qual era a votação no momento em que o julgamento foi interrompido. Os dois acusados estavam presentes no julgamento, assim como o marido de Deborah, Jorge Guerner.
Os desembargadores do Conselho Especial analisavam o recebimento de duas denúncias contra Bandarra e Guerner e poderão abrir processo criminal contra os promotores. Eles são acusados de concussão (ato de exigir dinheiro ou vantagem em razão da função), violação de sigilo funcional, formação de quadrilha e extorsão. Na última terça-feira, Bandarra e Guerner sofreram a punição administrativa máxima permitida a membros do Ministério Público. O Conselho Nacional do Ministério Público decidiu, por maioria, demiti-los dos cargos. A demissão ainda precisa ser confirmada pela Justiça Federal. Bandarra e Guerner são acusados de participarem do esquema de corrupção revelado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, no fim de 2009. Eles teriam extorquido o então governador José Roberto Arruda para não revelarem vídeo em que Arruda recebe dinheiro ilegal. No final de abril, Guerner e seu marido foram presos por terem forjado insanidade mental em exames médicos feitos pela Justiça.