O governo avalia que a crise envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, vai se prolongar e, por isso, reforçará a estratégia de blindagem de seu mais importante articulador político. Em conversas ao longo do dia, no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff cobrou explicações sobre as denúncias contra Palocci e determinou o contra-ataque.
Lula ligou para o ministro nesse domingo e nessa quinta-feira, manifestando apoio a ele. O ex-presidente também tem conversado com Dilma por telefone. Falcão negou que o caso Palocci tenha sido tratado no almoço, mas defendeu o chefe da Casa Civil. “Palocci é um ministro acima de qualquer suspeita. Não há fator de preocupação no governo”, disse ele. Deputado estadual, o presidente do PT fez coro com a linha geral adotada até aqui pelos aliados. “Ele já deu todas as explicações necessárias.”
Com Palocci alvejado, o descontentamento do PT com a composição do segundo escalão não foi o principal prato do almoço no Alvorada. “Não trato de varejo. Quero construir uma interlocução política com a presidente e estamos dando suporte ao governo”, afirmou Falcão.
Apesar da aparência de tranquilidade, o clima no governo é tenso. Dilma passou o dia reunida com auxiliares, no Alvorada, pedindo esclarecimentos sobre cada denúncia publicada contra Palocci. O chefe da Casa Civil acompanhou a maioria dos encontros, munido de vários documentos.