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Estado de Minas

Agricultores anunciam confederação nacional para pressionar governo


postado em 23/05/2011 10:44 / atualizado em 23/05/2011 12:02

Nesta terça, data prevista para a votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, agricultores familiares vão anunciar, em reunião na própria Casa, a criação da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), durante encontro nacional dos sindicatos da área. De acordo com o integrante da Secretaria Nacional de Agricultura Familiar da Força Sindical, Carlos Lopes, a organização virá para fortalecer o movimento para cobrar políticas públicas eficazes do governo, como capacitação aos trabalhadores, melhoria da gestão da propriedade e acesso a novas tecnologias agrícolas.

Nesta segunda-feira, no programa semanal de rádio, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo está trabalhando para reduzir barreiras que impedem a venda de produtos da agricultura familiar. “Isso acontece por causa da preocupação com a segurança e a qualidade do alimento: presunto, queijo, mel, leite e geleias, por exemplo, de um estado, muitas vezes, não podem ser vendidos no outro estado. E tudo isso acontece porque a fiscalização é feita separadamente pelo estado, pelo município e também pelo governo federal. Tem muita burocracia”, afirmou.

Dilma destacou o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar 2010/2011, que prevê a liberação de R$ 16 bilhões e redução de juros anuais para empréstimos a pequenos produtores. Atualmente, a agricultura familiar corresponde a 11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.


Código Florestal

Com a provável aprovação da nova legislação florestal, a entidade quer que a agricultura familiar seja respeitada. “Os agricultores familiares vêm mostrando, ao longo de décadas, que é possível conciliar produção com preservação ambiental. Por isso, ela deve ter um tratamento diferenciado no Código Florestal”, afirma Lopes. Para o líder sindical, a polêmica entre ambientalistas e representantes da agricultura empresarial prejudicou o debate sobre o novo texto. “Isso impediu participação maior da sociedade na discussão, mas uma coisa deve ficar clara: a agricultura familiar não aceita ser punida por produzir alimentos em um país onde há milhões de pessoas passando fome. Enquanto os grandes plantam pensando apenas em exportar, os agricultores familiares são responsáveis por 70% dos alimentos produzidos no Brasil", destaca Lopes.

A Confer contará com o apoio de 4,5 milhões de filiados no país e de 340 sindicatos.

 

 

 


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