O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, prestou serviços para o Banco Santander no período em que era deputado federal. O contrato foi feito por meio da sua empresa Projeto Consultoria Econômica e Financeira para “análises econômicas e financeiras” a executivos do banco. A informação foi confirmada nessa quarta ao jornal O Estado de S. Paulo pelo próprio Santander. É a primeira instituição bancária a revelar publicamente a contratação de Palocci, que foi ministro da Fazenda no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Santander é parceiro do governo federal. Em agosto de 2010, o banco comprou seis jatos da Embraer via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculado ao governo para alugar à empresa aérea Azul numa operação inédita de financiamento.
Procurado pela reportagem, o ministro, por intermédio de sua assessoria de imprensa, disse que não comentaria sobre os serviços prestados ao Santander. Na sexta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Palocci prestou serviços para pelo menos 20 empresas, incluindo bancos, indústrias e montadoras. Desde a revelação de que seu patrimônio cresceu pelo menos 20 vezes em quatro anos, Palocci tem-se negado a revelar a relação de clientes. Diz que cláusulas de confidencialidade o impedem de contar para quem trabalhou.
A empresa de Palocci teve faturamento recorde entre os meses de novembro e dezembro de 2010, ano eleitoral. O ministro foi coordenador da campanha de Dilma Rousseff. No ano passado, o Santander doou R$ 1 milhão para a campanha de Dilma, R$ 1 milhão para o rival da petista, José Serra (PSDB), e R$ 800 mil para o PMDB.