Manifestantes do grupo ambientalista Greenpeace promoveram na manhã desta segunda-feira um protesto contra a aprovação da reforma do Código Florestal pela Câmara dos Deputados. Cerca de dez ambientalistas se reuniram na porta de um hotel na região central de São Paulo, onde ocorre o 21º Fórum da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). "Os mandantes deste crime estão reunidos aqui hoje", afirmou o diretor-executivo do Greenpeace, Marcelo Furtado.
Um dos ambientalistas vestia terno e gravata e manejava uma motosserra. Após meia hora de manifestação, um representante do agronegócio recebeu dos manifestantes uma das faixas. A polícia foi chamada, mas só chegou quando o protesto já havia terminado.
De acordo com Furtado, o protesto não significa que a entidade seja contra a produção agrícola no País. "Os ambientalistas não são contra a produção de alimentos e o agronegócio brasileiro", afirmou. "Mas essa discussão, às custas de comprometer as florestas, é um atraso". O ambientalista criticou os que tentam impor ao País "a agricultura a qualquer preço".
Cerca de 160 representantes do agronegócio estão reunidos nesta manhã para discutir o projeto do Código Florestal recém-aprovado. O relator do projeto, deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), era esperado para o encontro, mas não apareceu.
Para o Greenpeace, a aprovação do projeto do novo Código Florestal compromete as metas do País de preservação do meio ambiente. "Com este projeto, o Brasil não tem condição de cumprir seu compromisso internacional", avaliou Furtado. De acordo com ele, existe uma preocupação dos ambientalistas com a continuidade da discussão do projeto, agora no Senado. "Estamos muito preocupados com o que vai acontecer no Senado", disse.
O ambientalista lembrou que a presidente Dilma Rousseff se comprometeu a não aceitar anistia e aumento de desmatamento, mas a base aliada não seguiu a orientação do governo na votação na Câmara. Furtado acredita que o projeto, da forma como está, estimula o aumento da violência no campo. "Temos uma série de assassinatos ocorrendo no campo em todo o País porque a palavra de ordem é: 'Vamos desmatar e acreditar na impunidade'. Isso precisa acabar".