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Estado de Minas

Após atritos em torno do Código Florestal, Dilma e o vice selam paz entre PT e PMDB


postado em 31/05/2011 06:00 / atualizado em 31/05/2011 07:42

Sarney afirmou que
Sarney afirmou que "é preciso harmonizar conflitos" do PT e PMDB (foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABR)


Brasília – Antes de embarcar nessa segunda-feira para o Uruguai, a presidente Dilma Rousseff fez uma tentativa de demonstrar que o governo não está em pé de guerra: apareceu ao lado do vice Michel Temer, na passagem de cargo, já que, enquanto ela está fora do país, ele se torna o presidente em exercício. Mais tarde, em reunião para discutir os conflitos agrários na Região da Amazônia já como presidente em exercício, Temer afirmou que os atritos com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) "ficaram no passado". A bandeira branca também foi levantada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que minimizou nessa segunda-feira eventual desgaste na aliança entre o PT de Dilma e o PMDB de Temer e disse que os partidos têm uma parceria sólida. Sarney afirmou ainda que na democracia é "preciso harmonizar conflitos".

Na semana passada, Temer se desentendeu com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, por conta da votação de uma emenda do PMDB ao Código Florestal que propôs a anistia dos produtores que desmataram até julho de 2008. A proposta foi aprovada, contrariando a ordem de Dilma, que já avisou que vai vetar essa parte do novo código. Foi a primeira derrota do governo. E pior: com a ajuda do principal aliado, o PMDB.

Quando o governo se convenceu de que seria aprovada a emenda peemedebista, Palocci telefonou para Temer e ameaçou, dizendo que a aprovação da proposta poderia provocar a demissão dos ministros do PMDB. O próprio Temer admitiu à imprensa que teve uma conversa "em tom mais elevado" com Palocci. A passagem de cargo é um ato rotineiro, geralmente restrito a um público interno, diferentemente do que ocorreu nessa segunda-feira. O objetivo do Planalto era que Dilma e Temer aparecessem juntos, para passar a sensação de que houve reconciliação entre o PMDB e o governo.

Ao falar nessa segunda-feira sobre o tema, por sua vez, Sarney disse que não foi informado sobre a discussão acalorada entre o vice-presidente e Palocci. "Na política, a democracia é um regime no qual nós precisamos harmonizar os conflitos", disse. O presidente do Senado afirmou que a aliança dos dois partidos está consolidada, sem ser apenas ocasional, e lembrou que ela foi costurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP). "Acho que essa aliança é sólida. Ela foi feita ainda pelo presidente Lula, ele foi o avaliador da aliança, o aproximador, e nós o consideramos dentro do PMDB um aliado que temos”.

Independência

Sarney disse que o PMDB é independente, mas vai procurar defender que o partido tenha "unidade" com o Palácio do Planalto.

Líderes do PT e do PMDB avaliam que o episódio envolvendo Temer e Palocci irá complicar as relações entre o governo e aliados Temer afirma o contrário. Depois da sessão de fotos ao lado de Dilma, ele falou aos ministros que a coordenação do governo está fluindo normalmente e que discussões de trabalho não deixam sequelas. O esforço para evitar novos desdobramentos para a crise vão continuar ao longo da semana. Hoje, Temer e Dilma voltam a se encontrar e, na quarta, almoçam juntos no Alvorada com senadores do PMDB.


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